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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Jerônimo José Telles Júnior, Paisagens e Mares do Nordeste

betomelodia.blogspor.com
fundeadouro

Em Recife,  capital pernambucana, o ano era 1851.
Ele nasceu com o nome de Jerônimo José Telles Júnior, vindo a tornar-se um grande nome das
Artes Plásticas do Brasil. Conhecido por Telles Júnior, foi desenhista, pintor, professor e
tinha um grande interesse pela fotografia. Tudo começou ao mudar-se para o Rio Grande do
Sul com sua família, fixando-se na cidade de Rio Grande.

Foi lá que iniciou seus estudos de pintura em 1867, com Eduardo de Martino, vindo a trabalhar
na capital gaúcha, Porto Alegre, como caixeiro de leilões. Três anos mais tarde foi para o
Rio de Janeiro, seguindo os passos do pai que era comandante de navios e matriculando-se
como aprendiz no Arsenal de Marinha, frequentando também o Liceu de Artes e Ofícios.
Mas poucos anos depois, volta para Recife e por lá fica, dividido entre a pintura e o comércio,
pois trabalhou como guarda livros.


o araguaia no lameirão

Estudou fotografia e por volta de 1880, dedicou-se ao ensino de desenho e pintura no Liceu
de Artes e Ofícios de Pernambuco, onde veio a ocupar o cargo de Diretor. Em 1891, reconhecido
por suas obras, Telles Júnior foi convidado a participar da Exposição Internacional de Chicago,
nos Estados Unidos, onde foi agraciado com Menção Honrosa e  Medalha de Ouro.

De volta ao Brasil, começou a participar das Exposições Gerais de Belas Artes no Rio de Janeiro,
sendo contemplado com a Medalha de Ouro. Paisagista, dedicou suas telas à retratar o Nordeste
brasileiro com sua natureza em seus detalhes mais rudes, utilizando uma técnica aprimorada,
sendo considerado o pintor dos mares do Nordeste por suas marinhas.

Telles Júnior morreu na cidade em que nasceu, Recife, no ano de 1914. Nessa postagem,
uma pequena mostra do acervo que nos legou. Apesar de muita procura, não consegui
uma fonte confiável para a imagem do autor, pelo que desculpo-me.


carlos miranda (betomelodia) 



paisagem

paisagem de madalena

dendezeiro

os buritis do parnamirim

c h e i a

camaragibe

destaco: ventania
fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Karina, Feirinha da Pavuna


Ela é natural de Curitiba, capital do estado de Paraná. Sambista. Seu nome artístico é Karina K.
Se ainda não ouviram falar dela, preparem-se, pois ela tem lugar garantido no universo do
Samba Brasileiro. Carismática, com domínio de palco, uma bela e poderosa voz, sua participação
em um programa de tv sobre novos talentos na Música Brasileira, abriu-lhe portas para novos
horizontes. Foi para Bahia e lá descobriu sua paixão pelo Samba.

Atualmente no Rio de Janeiro, onde ao chegar chamou a atenção de Músicos, público e crítica
especializada, teve seu talento para o Samba reconhecido e como podemos verificar em muitas
postagens em meu blog, esse ritmo genuinamente brasileiro não tem berço definido, nascendo
em qualquer rincão deste nosso País, imenso celeiro de belas vozes e ritmos.

Resgatando uma grande compositora e sambista brasileira, Karina K interpreta com muita
"ginga e samba no pé", Na Feirinha da Pavuna, grande sucesso de Jovelina Pérola Negra,
lançado em 1985, no LP Raça Brasileira.

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )
Na Feirinha da Pavuna houve uma grande confusão
Na Feirinha da Pavuna houve uma grande confusão
A dona cebola que estava invocada
Ela deu uma tapa no seu pimentão

Seu tomate cheio de vergonha ficou todinho vermelho
E falou assim: eu também faço parte do tempero
Eu também faço parte do tempero
Eu também faço parte do tempero

Seu pepino que estava no canto deu uma pernada em dona melancia
Dona abóbora muito gorda nem do canto ela saía
Vou chamar seu delegado que é o seu jiló de amargar
E falou para todo mundo: acho bom isso acabar

Acho bom isso acabar acho bom isso acabar
Acho bom isso acabar acho bom isso acabar

jovelina pérola negra


fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Quarteto Linha, Sonho Meu

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forte dos reis magos, ponto inicial da colonização de natal pelos portugueses

Vou sair aqui do Rio Grande do Sul para o outro extremo do Brasil, o Rio Grande do Norte e sua
belíssima capital, a cidade de Natal. Mas, paradoxalmente o Rio Grande do Norte não fica na
região Norte do Brasil; fica no Nordeste Brasileiro. E a região Nordeste que foi tida até então
como apreciadora de um único ritmo bem popular, o Forró, com sucesso reinventou o Samba;
adicionou tempero nordestino, muita ginga e descontração. Funcionou. 

Os responsáveis por tal façanha são os integrantes do Quarteto Linha, criado no ano de 2007
em Natal, com o propósito de utilizar as características do Samba nos elementos musicais
da Cultura Nordestina.  E dessa mistura de grandes sambistas e ícones regionais da 
Música, o até então projeto Quarteto Linha tornou-se realidade e grande sucesso, na
redescoberta do samba na capital potiguar. Bem, não só lá mas em todo o Brasil.

quarteto linha

Na postagem anterior, Leci Brandão, madrinha do grupo, interpretou uma de suas canções
acompanhada pelo Quarteto. Impressionou-me a cadência rítmica dos Músicos, o que vamos
confirmar no vídeo em que interpretam um clássico de nossa Música, Sonho Meu, um belo
samba dos compositores Délcio Carvalho e Dona Ivone Lara.

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )
Sonho meu sonho meu
Vai buscar quem mora longe sonho meu
Sonho meu sonho meu
Vai buscar quem mora longe sonho meu

Vai mostrar esta saudade sonho meu
Com a sua liberdade sonho meu
No meu céu a estrela guia se perdeu
A madrugada fria só me traz melancolia sonho meu

Sinto o canto da noite na boca do vento
Fazer a dança das flores no meu pensamento
Traz a pureza de um samba
Sentido marcado de mágoas de amor
Um samba que mexe o corpo da gente
O vento vadio embalando a flor sonho meu

Sonho meu, sonho meu
Vai buscar que mora longe sonho meu
Sonho meu, sonho meu
Vai buscar que mora longe sonho meu


délcio carvalho / dona ivone lara 


fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sábado, 20 de setembro de 2014

Leci Brandão e Quarteto Linha: Isso é Fundo de Quintal

betomelodia.blogspot.com

É considerada como uma das mais importantes compositoras e intérpretes do Samba na Música
Brasileira. Nascida no ano de 1944 em Madureira, bairro do Rio de Janeiro mas, criada nos
redutos dos sambistas cariocas, Portela, Mangueira e Vila Isabel, dedico a postagem de hoje à
Leci Brandão da Silva, filha de uma família humilde, batalhadora por seus ideais desde sua
juventude e que foi a a primeira mulher a fazer parte da Ala de Compositores da Mangueira.

Leci é uma autêntica sambista, tendo começado sua carreira no início da década de setenta.
Com mais de trinta ábuns e compactos gravados, começando a compor em 1963. Onze anos
mais tarde, gravou seu primeiro LP intitulado A Música de Donga.

Escolhi para demonstrar seu talento como compositora e cantora, o Samba de sua autoria em
parceria com Zé Mauricio, Isso é Fundo de Quintal, um grande sucesso até os dias atuais. E
para ficar um pouco mais interessante, Leci é acompanhada por um grupo denominado
Quarteto Linha, originário de Natal, Rio Grande do Norte, a terra do Forró. Um quarteto lá
do norte do País acompanhando Leci em um Samba bem carioca? Vale a pena conferir
Leci Brandão cantando, acompanhada pelo quarteto potiguar.

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )
O que é isso meu amor venha me dizer
Isto é Fundo de Quintal é pagode pra valer
O que é isso meu amor venha me dizer
Isto é Fundo de Quintal é pagode pra valer

E lá vem o Sereno trazendo um recado do Ubirany
Vêm contando pra gente Bira presidente vai chegar aqui
Com uma cara de anjo tocando seu banjo o Arlindinho Cruz
E dona Ivone Lara esta joia tão rara tão cheia de luz
Lá vem o Sombrinha fazendo harmonia com seu cavaquinho
Vai versar um partido com meu camarada Zeca Pagodinho

O que é isso meu amor venha me dizer
Isto é Fundo de Quintal é pagode pra valer
O que é isso meu amor venha me dizer
Isto é Fundo de Quintal é pagode pra valer

No Cacique de Ramos vai chegar o Cleber com seu violão
Tia Doca bonita cantando gostoso e batendo na mão
Olha a rapaziada fazendo o rateio comprando a bebida
Deixa pra Vicentina esta negra divina fazer a comida
É tantan é repique é pandeiro e cavaco pra ficar legal
Todo mundo cantando sambando e cantando no maior astral

O que é isso meu amor venha me dizer
Isto é Fundo de Quintal é pagode pra valer
O que é isso meu amor venha me dizer
Isto é Fundo de Quintal é pagode pra valer


leci brandão / zé mauricio


fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

José Wasth Rodrigues e a Arte Colonial Brasileira

betomelodia.blogspot.com
paisagem mineira

José Wasth Rodrigues. Sua discrição em relação à sua obra, tornou-o quase desconhecido
nas Artes Plásticas Brasileiras. À todos deu exemplos de dignidade e modéstia, tendo sido um
grande estudioso de nossa história, principalmente retratando de modo magistral a cidade
de São Paulo antiga, como se por aqueles séculos lá tivesse vivido.


josé wasth rodrigues

Wasth nasceu em São Paulo no ano de 1891. Ele nutria uma grande paixão e preocupação
em preservar as imagens bucólicas do Brasil antigo, o que levou-o a ser considerado um
dos maiores historiadores brasileiros por suas obras, tanto em aquarelas como em telas.

Como é tradição em relação a grande maioria de nossos Artistas, Músicos e Escritores, Wasth
morreu na pobreza no Rio de Janeiro no ano de 1957. Reuni algumas de suas criações para essa

pequena mostra de seus trabalhos, onde pode ser observada a riqueza de detalhes de suas obras.

carlos miranda (betomelodia) 



igreja de são bento, vista do rio tamanduateí

igreja bom jesus do brás

igreja da consolação

câmara da vila de são paulo

igreja do carmo

rua xv de novembro

rua alvares penteado

rua da quitanda, esquina, rua do comércio

rua do rosário

destaco: no palheiro
fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
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domingo, 14 de setembro de 2014

Flávia Bittencourt, Hoje Eu Quero Sair Só


Em São Luiz, capital de Maranhão, Brasil, única cidade brasileira fundada por franceses, nasceu
Flávia Bittencourt em agosto de 1980. Nasceu para deliciar nossos sentidos compondo e
cantando uma grande variedade de estilos e ritmos, de sua autoria e de muitos grandes nomes
da Música Popular Brasileira. Em seu repertório estão presentes a cultura popular de seu estado natal

e muitas outras do universo cultural do Brasil.

Iniciou sua carreira ainda jovem, assistindo e ouvindo as tradicionais manifestações culturais
do Maranhão,  o tambor de criolo e o bumba meu boi, além de ser influenciada por Eliseth
Cardoso, Lenine, Beatles e principalmente por Dominguinhos.

Flávia, compositora, instrumentista e cantora, tem seu lugar garantido na seleta lista dos
grandes talentos da nova Música Brasileira, realizando shows em várias capitais brasileiras
onde graças a sua presença de palco, sempre contagia seu público. Escolhi o vídeo em
que ela interpreta Hoje Eu Quero Sair Só, onde além de cantar dá-nos uma mostra de
seu talento como percussionista. 


carlos miranda (betomelodia) 


Se você quer me seguir não é seguro
Você não quer me trancar num quarto escuro
Às vezes parece até que a gente deu nó
Hoje eu quero sair só

Não demora eu tô de volta tchau
Vai ver se eu tô lá na esquina devo estar
Já deu minha hora e eu não posso ficar
A lua me chama eu tenho que ir pra rua
A lua me chama chama

Se você quer me seguir não é seguro
Você não quer me trancar num quarto escuro
Às vezes parece até que a gente deu nó
Hoje eu quero sair só

Você não vai me acertar à queima-roupa
Vem cá me deixa fugir me beija a boca é
Às vezes parece até que a gente deu nó
Hoje eu quero sair só

Não demora eu tô de volta tchau
Vai ver se eu tô lá na esquina devo estar
Já deu minha hora e eu não posso ficar
A lua me chama eu tenho que ir pra rua
A lua me chama eu tenho que ir pra rua tchau

Vai ver se eu tô lá na esquina devo estar 
Já deu minha hora e eu não posso ficar
A lua me chama eu tenho que ir pra rua
A lua me chama chama

lenine / mu chebabi / caxa aragão


fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Martie, Xote das Meninas


Ela tem cabelos loiros, belos olhos verdes, uma pele cor de rosa e uma bela voz. Canta com um
jeitinho todo seu algumas das mais mais belas páginas da Música Brasileira. Mas, tem um detalhe que impressionou-me muito: sua pronúncia ao cantar pois ela não é de origem
brasileira, nasceu em Tilburg, Holanda, ano de 1982. Seu nome, Martie Rikhof. Ela é a
prova de que a Música Brasileira em seus muitos ritmos, dispensa fronteiras.

Tudo começou lá na Holanda. Martie é formada em Jazz, tendo inspirado-se em Billie Holiday,
passado pela Música Clássica até chegar à Música Brasileira, tendo como foco a batida, o
canto de um dos grandes mestres brasileiros, João Gilberto e a maestria de um ícone,
Tom Jobim. Influenciada por seus talentos, resolveu morar no Brasil. 


Sua paixão pelo Brasil e por seu universo musical, fez com que ela aprimorasse a língua
portuguesa, dedicando-se ao estudo da cultura brasileira, sua tradições e ritmos pois,
segundo suas palavras, precisava livrar-se do rótulo musical brasileiro no exterior,
Samba e Bossa Nova, divulgando também o Xote, Maracatu, e Forró.

Ilustrando essa postagem, Martie canta uma  composição de Luiz Gonzaga em parceria
com Zé Dantas, Xote das Meninas, com muito charme e balanço. 

carlos miranda (betomelodia) 


Mandacaru quando 'fulorá' na seca
É o sinal que a chuva chega no sertão
Toda menina que enjoa da boneca
É sinal que o amor já chegou no coração

Meia comprida não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado não quer mais vestir timão

Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar

De manhã cedo já tá pintada
Só vive suspirando sonhando acordada
O pai leva ao 'dotô' a filha adoentada
Não come nem estuda
Não dorme não quer nada

Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar

Mas o 'dotô' nem examina
Chamando o pai do lado
Lhe diz logo em surdina
Que o mal é da idade
Que pra tal menina
Não tem um só remédio
Em toda medicina

Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar

luiz gonzaga / zé dantas


fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal texto: carlos miranda (betomelodia)fontes
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