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terça-feira, 17 de junho de 2008

Gilberto Bellini, Samba do Crioulo Doido

Sérgio Porto nunca foi sambista.
Era um brilhante jornalista que escrevia
diariamente a sua coluna no jornal Última Hora,
de Samuel Wainer. Este, por sua vez,
não passava de um maluco, querendo incendiar
o Brasil com o seu ousado diário, que trazia
lindas mulheres nuas ilustrando a sua
primeira página !!!

Um dia Sérgio Porto tomou um litro
de uísque inteirinho e resolveu fazer um Samba
intitulado Samba do Crioulo Doido,
que era ele próprio, embora fosse um branco
da sofisticada zona sul do Rio de Janeiro,
a tal cidade maravilhosa, a das balas perdidas
que hoje matam turistas desavisados.

O teleco-teco criado pelo Sérgio Porto, que
assinava como Stanislaw Ponte Preta, denunciava
crimes administrativos imperiais, que envolviam
a Imperatriz Dona Leopoldina no enredo, antes
que ela se tornasse linha de trem carioca e o Imperador,
Dom Pedro I, uma estação de trem.
Este samba é legal ! É cultura !


Confiram a História do Brasil, na visão de Sérgio Porto,
interpretada por Gilberto Bellini.  

carlos miranda (betomelodia) 

Foi em Diamantina onde nasceu JK
Que a princesa Leopoldina, arresolveu se casá
Mas Chica da Silva tinha outros pretendentes
E obrigou a princesa a se casar com Tiradentes

Lá iá lá iá lá ia
O bode que deu vou te contar
Lá iá lá iá lá iá
O bode que deu vou te contar

Joaquim José que também é
Da Silva Xavier queria ser dono do mundo
E se elegeu Pedro II

Das estradas de Minas seguiu pra São Paulo
E falou com Anchieta
O vigário dos índios aliou-se a Dom Pedro
E acabou com a falseta
Da união deles dois ficou resolvida a questão
E foi proclamada a escravidão
E foi proclamada a escravidão

Assim se conta essa história
Que é dos dois a maior glória
A Leopoldina virou trem
E Dom Pedro é uma estação também

O ô ô ô ô ô
O trem tá atrasado ou já passou
O ô ô ô ô ô
O trem tá atrasado ou já passou
 
sérgio porto - (stanislaw ponte preta)


fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google)


sábado, 14 de junho de 2008

Jamelão, Ela Disse-me Assim


" Ele é meu ídolo desde garoto. Eu era louco para
gravar com ele, mas infelizmente não deu tempo. É um
 perda irreparável para o mundo do samba e da
Música Popular Brasileira. "
décio carvalho, sambista

Jamelão, considerado o maior intérprete da
obra de Lupicínio Rodrigues, o maior entre os maiores
compositores e intérpretes da Estação Primeira de Mangueira,
nos deixou, partiu para integrar o grupo lá de cima.

Internado desde quinta-feira infecção grave e generalizada,
morreu nesta madrugada na Clínica Pinheiro Machado
em Laranjeiras, Rio de Janeiro.

Como Jorge Perlingeiro sempre dizia, no samba Jamelão
era o Mestre dos Mestres, e eu confirmo e afirmo:
sempre será o Mestre dos Mestres.

Guilherme Vergueiro, pianista, compositor, arranjador,
produtor e documentarista, com patrocínio da Petrobrás,
dirigiu e produziu em parceria com André Rosa,
um documentário para a TVE sobre a vida e obra de
Jamelão, onde ele em um vídeo nos encanta com sua
humildade e talento ao interpretar uma das composições de
Lupiscínio Rodrigues, Ela Disse-me Assim.

Uma homenagem à este Mestre dos Mestres.

carlos miranda (betomelodia) 

( vídeo em 360p )
Ela disse-me assim
Tenha pena de mim vá embora
Ele pode chegar
Vais me prejudicar tá na hora

E eu não tinha motivo nenhum
Para me recusar
Mas aos beijos caí em seus braços
E pedi para ficar

Sabe o que se passou
Ele nos encontrou e agora
Ela sofre somente por que
Fui fazer o que eu quis

E o remorso está me torturando
Por ter feito a loucura que fiz
Por um simples prazer
Fui fazer meu amor infeliz

lupiscínio rodrigues

fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Caetano Veloso, Não Enche

" O próprio Caetano disse que a Música fora feita para a imprensa,
sobre a relação que Caetano tem com ela."
 carolina 

" Acredito que toda Musica tem o seu sentido fundamental
no intimo de quem a aprecia. Qualquer inspiração que
o autor possa utilizar não tem significado fechado
nem para ele próprio. Portanto, a Música vem como
um instrumento/fonte pelo qual podemos dar sentido
às nossas vivencias. Assim cada um interpreta da forma
que pode ou quer."

ton
caetano veloso

Eu, como intérprete, canto esta composição do
Caetano tal como ela por ele é interpretada. Nunca procurei
aprofundar-me em seu hipotético sentido oculto em sua letra e apenas
levo-a aos ouvidos de meu público que a entende de acordo com
seus sentimentos próprios, válidos ou não.
Gostei muito das duas análises acima onde seus autores Carolina e Ton,
expressam a  opinião que faço minhas. Aproveito também para
publicar a análise de Leonardo Da Vino, que interessante achei.


" Certa vez, Caetano (um velho baiano) disse:
'As minhas letras são todas autobiográficas. Até as que
não são, são.' Deixando de lado o jogo estético,
esta afirmação ajuda-nos a entender o sujeito de 'Não enche',
quando este argumenta 'o que eu herdei de minha gente
e nunca posso perder', para logo adiante começar
uma estrofe com a deliciosa expressão nordestina 'Oxente'.

Aliás, a própria melodia Samba-Rock-Axé intensifica isso.
O sujeito faz de seu canto um desconjuro: vai elencando,
em capcioso caos, muito pela ira que lhe move, fragmentos
de momentos e sentimentos. Ele desconstrói a relação dual:
'eu vou viver sem você', arremata. E faz tudo isso com
'ludicidade' e ênfase sensorial, envolvendo e tornando
o ouvinte cúmplice. O sujeito usa as torções semânticas
e a mistura melódica para a estesia do ouvinte.
Ao final, estamos (nós: ouvintes) prontos para também odiar
e deslindar-se desta "senhora": dona do dom do sujeito cantor.

Vamos percebendo a mulher cantada por partes.
Tonta pela profusão de 'eus' desenhados no canto do sujeito,
afinal ela 'nunca quis ver, não vai querer, não quer ver',
a musa trepadeira parece desabar do salto: unhas negras
quebradas e os castanhos lábios borrados de 'carmin'.
Mas tudo não passa de sugestão, ameaça. Ou não? Seja como
for, o sujeito assume o risco de enfrentar a musa - voz
clarificada, 'gritando: nada mais de nós!'. Um gesto
vertiginoso e de alto risco, pois, como Clarice Lispector
escreveu: 'Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso.
Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro'.

carlos miranda (betomelodia) 

( vídeo em 360p )
Me encara de frente é que você nunca quis ver não vai querer não quer ver
Meu lado meu jeito o que eu herdei de minha gente e nunca posso perder
Me larga não enche me deixa viver me deixa viver me deixa viver me deixa viver

Cuidado 'ô xente' está no meu querer poder fazer você desabar
Do salto nem tente manter as coisas como estão porque não dá não vai dar
Quadrada demente a melodia do meu Samba põe você no lugar
Me larga não enche me deixa cantar me deixa cantar me deixa cantar me deixa cantar

Eu vou clarificar a minha voz
Gritando nada mais de nós
Mando meu bando anunciar
Vou me livrar de você

Harpia aranha sabedoria de rapina e de enredar de enredar
Perua piranha minha energia é que mantém você suspensa no ar
Pra rua se manda sai do meu sangue sanguessuga que só sabe sugar
Pirata malandra me deixa gozar me deixa gozar me deixa gozar me deixa gozar

'Vagaba' vampira o velho esquema desmorona desta vez pra valer
Tarada mesquinha pensa que é a dona e eu lhe pergunto quem lhe deu tanto axé
À toa vadia começa uma outra história aqui na luz deste dia D
Na boa na minha eu vou viver dez eu vou viver cem eu vou viver mil eu vou viver sem você

caetano veloso


fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Daniel, Estou Apaixonado


Como eterno namorado que sou, não
posso mais deixar passar em branco
esta data, tenho que dizer algo no pouco tempo
que ainda me resta. Mas como expressar
meu carinho, meu apreço e amor pela Internet,
sem mentir, sem ser "brega" e apenas
dizendo a verdade?

Tenho que deixar claro que minhas "eternas" namoradas,
são compreensivas, sabendo que tenho
outro amor, que estou e sempre estive, não o nego,
apaixonado por esses outros amores, dedicando parte de
meu tempo à elas, à esses amores que tanto me cativaram .

O principal para mim, é deixar aqui
um Feliz Dia dos Namorados à minha verdadeira
paixão, meu primeiro amor, sem a qual não
poderia amar alguém: a Vida.

daniel

Mas além de votos de um maravilhoso
Dia dos Namorados, não posso deixar de
os desejar, à todas as mulheres que "aturam"
seus namorados e aos homens que também "aturam"
suas namoradas... (risos), pois faz parte...
Então, meus votos são que essa data seja
comemorada pelos casais, em todos os 365 dias
do ano, com muito carinho.

Como em minha busca pela web não encontrei
um vídeo que expressasse meus sinceros
votos de felicidades aos casais internautas, pedi
à Ivanete que editasse para a página a
versão de Carlos Colla, interpretada por Daniel
e intitulada "Estou Apaixonado". Não preciso dizer
que o vídeo ficou perfeito, excelente.

carlos miranda (betomelodia) 

( vídeo em 360p )
Quero beber o mel de sua boca
Como se fosse uma abelha rainha
Quero escrever na areia sua história
Junto com a minha


E no acorde doce da guitarra
Tocar as notas do meu pensamento
E em cada verso traduzir as fibras
Do meu sentimento

Que estou apaixonado
Que este amor é tão grande
Que estou apaixonado
E só penso em você a todo instante

Eu quero ser o ar que tu respiras
Eu quero ser o pão que te alimenta
Eu quero ser a água que refresca
O vinho que te esquenta

E se eu cair que caia em seu abraço
Se eu morrer que morra de desejo
Adormecer dizendo que te amo
E te acordar com um beijo

Que estou apaixonado
Que este amor é tão grande
Que estou apaixonado
E só penso em você a todo instante

Quero sair contigo em noite enluarada
Dois adolescentes pela madrugada
Pra viver a vida sem pensar em nada

Que estou apaixonado apaixonado
Que este amor é tão grande
Que estou apaixonado
E só penso em você a todo instante


estefano / donato / versão: carlos colla


fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google


segunda-feira, 9 de junho de 2008

Elis Regina, Águas de Março

Lá se vão vinte e seis anos que uma das vozes
mais marcantes da Música brasileira, nos deixou.
Mais tempo do que ela passou, enquanto viva,
encantando nossos ouvidos. E o que
podemos dizer sobre a Pimentinha,
que já não tenha sido dito?

Elis era uma verdadeira intérprete.
Nem é preciso assistir sua imagem e toda
a expressão corporal exibida em seus
memoráveis shows. Escutar sua voz, cantando,
é suficiente para sentir toda a intensidade
da letra de uma Música. Já foi dito que
Elis Regina foi o melhor instrumento musical
que alguns compositores contemporâneos
tiveram. Vale lembrar interpretações como
Canção do Sal, de Milton Nascimento, Madalena,
de Ivan Lins, O Bêbado e a Equilibrista, de
João Bosco e Aldir Blanc, Romaria, de
Renato Teixeira e Águas de Março,
de Tom Jobim, dentre muitas outras. 

Elis Regina nasceu no dia 17 de março de 1945.
Conheceu o sucesso aos vinte anos quando,
em 1965, ganhou o I Festival de
Música Popular Brasileira, na extinta TV Excelsior.
Morreu no dia 19 de janeiro de 1982,
aos 36 anos, de parada cardíaca. 

carlos miranda (betomelodia) 

( vídeo em 360p )
É pau, é pedra é o fim do caminho
É um resto de toco é um pouco sozinho
É um caco de vidro é a vida é o sol
É a noite é a morte é um laço é o anzol
É peroba do campo é o nó da madeira
Caingá Candeia é o Matita Pereira

É madeira de vento tombo da ribanceira
É o mistério profundo é o queira ou não queira
É o vento ventando é o fim da ladeira
É a viga é o vão festa da cumeeira
É a chuva chovendo é conversa ribeira
Das águas de março é o fim da canseira
É o pé é o chão é a marcha estradeira
Passarinho na mão pedra de atiradeira

É uma ave no céu é uma ave no chão
É um regato é uma fonte é um pedaço de pão
É o fundo do poço é o fim do caminho
No rosto o desgosto é um pouco sozinho

É um estrepe é um prego é uma conta é um conto
É uma ponta é um ponto é um pingo pingando
É um peixe é um gesto é uma prata brilhando
É a luz da manhã é o tijolo chegando
É a lenha é o dia é o fim da picada
É a garrafa de cana o estilhaço na estrada
É o projeto da casa é o corpo na cama
É o carro enguiçado é a lama é a lama

É um passo é uma ponte é um sapo é uma rã
É um resto de mato na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É uma cobra é um pau é João é José
É um espinho na mão é um corte no pé
É um passo é uma ponte é um sapo é uma rã
É um belo horizonte é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

antonio carlos jobim


fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google / *memória viva


quarta-feira, 4 de junho de 2008

Djavan, Nem Um Dia

Tem uma poesia musicada por
Djavan que sempre me faz pensar
em como poderia ter sido minha
vida, o que eu deveria ter dito ou feito
para que uma separação fosse evitada,
uma perda não acontecesse. Nem um Dia.


djavan

Como a poesia narra, por não morrerem os amores
e os afetos, até mesmo uma simples amizade
permanece conosco como lembranças
de partes de nossa vida, à espera de serem
chamadas em momentos alegres e quentes ou
frios e tristes... solitários momentos em que precisamos
recriar o brilho do passado, com sua luz a
iluminar nossas recordações. E são nestes momentos
que precisamos aquecer nossos corações com...
a Esperança.

carlos miranda (betomelodia) 

Um dia frio
Um bom lugar pra ler um livro
E o pensamento lá em você
Eu sem você não vivo

Um dia triste
Toda fragilidade incide
E o pensamento lá em você
E tudo me divide

Longe da felicidade e todas as suas luzes
Te desejo como ao ar
Mais que tudo
És manhã na natureza das flores

Mesmo por toda riqueza dos sheiks árabes
Não te esquecerei um dia nem um dia
Espero com a força do pensamento
Recriar a luz que me trará você

E tudo nascerá mais belo
O verde faz do azul com o amarelo
O elo com todas as cores
Pra enfeitar amores gris


djavan

fontes
imagens e video: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

domingo, 1 de junho de 2008

Paulo Diniz, Vou-me Embora


Vou-me Embora.
Esta Música é muito especial para mim.
Paulo, quando a compôs, devia estar com
os mesmos sentimentos, ter passado
pelos mesmos momentos de decisão em
que por três vezes virei minha louca
e adorável vida pelo avesso, ou então
adivinhou que em um futuro qualquer, eu
nela buscaria inspiração para agir.
paulo diniz

Sonhos... desfeitos por traição, por falsas
verdades, por inveja, tiveram o poder de me tornar
mais sensível, porém, mais atento nas esquinas
em que caminhei. O tempo passou,
mas ficaram as recordações, as boas e o
que é melhor, as más. Sim, as más,
gravadas em meu coração me fizeram
muito mais forte.

Fiz um pedido à uma Artista, Ivanete,
para que se possível fosse, editasse para
essa postagem, uma criação de Paulo Diniz.
Ela com seu talento e sua sensibilidade,
atendeu meu pedido. O resultado é que hoje
publico uma Música que é um de meus
portos seguros. Obrigado, Ivanete.

carlos miranda (betomelodia) 

( vídeo em 360p )
Vou-me embora vou-me embora vou buscar a sorte
Caminhos que me levam não têm sul nem norte
Mas meu andar é firme e meu anseio é forte
Ou eu encanto a vida ou desencanto a morte

Vou-me embora vou-me embora nada aqui me resta
Senão a dor contida num adeus sem festa
Eu vou na ida indo que o temor desperta
Cuidar da minha vida que a morte é certa

Quem disse que trazia até hoje não trouxe
O bem de se fazer da vida amarga doce
Eu não espero o dia pouco me importa
Se o velho é sábio se a menina é louca
Se a tristeza é muita se a alegria é pouca
Se José é fraco ou se João é forte
Eu quero a todo custo encontrar a sorte

Vou-me embora vou-me embora e levo na partida
Resolução no peito firme e definida
Quem vem na minha ida ouve a minha voz
E cada um por si e Deus por todos nós

roberto josé / paulo diniz


fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google