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quarta-feira, 25 de junho de 2008

Djavan, Te Devoro

As Músicas de Djavan são conhecidas
pelas suas "cores". Djavan retrata muito bem
em suas composições a riqueza do
dia-a-dia e utiliza seus elementos em
construções metafóricas que nenhum outro
compositor consegue nem mesmo ousar.
Suas Músicas são amplas, confortáveis, chegando
ao requinte de um luxo acessível a todos,
sendo conhecido mundialmente, pelo
estilo e ritmo de suas músicas.

carlos miranda (betomelodia) 


Teus sinais me confundem da cabeça aos pés
Mas por dentro eu te devoro
Teu olhar não me diz exato quem tu és
Mesmo assim eu te devoro

Te devoraria a qualquer preço
Porque te ignoro te conheço
Quando chove ou quando faz frio
Noutro plano te devoraria tal Caetano
A Leonardo Di Caprio

É um milagre
Tudo que Deus criou pensando em você
Fez a Via Láctea fez os dinossauros
Sem pensar em nada fez a minha vida e te deu

Sem contar os dias que me faz morrer
Sem saber de ti jogado à solidão
Mas se quer saber se eu quero outra vida não não

Eu quero mesmo é viver
Pra esperar esperar, devorar você

djavan


fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google


segunda-feira, 23 de junho de 2008

Minha Cidade Natal - Ilha de Paquetá


Sempre tive vontade de divulgar,
mostrar os espaços nos quais passei minha infância
e adolescência em minha cidade natal,
Rio de Janeiro.
Nunca fiquei satisfeito com o que escrevi,
com minhas descrições, pois não conseguia
dar a impressão exata da enorme importância
que esses lugares, muitas vezes
desconhecidos da quase totalidade dos cariocas,
possuem, não só em beleza ou tradição,
mas em termos históricos. Sempre me faltavam dados
confiáveis em minhas rápidas pesquisas.
Navegando pela web encontrei o que tentei fazer,
da maneira que sempre desejei divulgar
minha maravilhosa cidade e assim
vou transcrever para vocês esse bonito trabalho
de pesquisa e divulgação.

carlos miranda (betomelodia) 



ilha de paquetá

A poucos minutos da agitada metrópole urbana,
bem no coração da Baía de Guanabara
e distando apenas 15 km do centro do Rio,
Paquetá é um presente para os cariocas. Ilha tropical
que atrai turistas nacionais e internacionais,
é um lugar privilegiado para namorar, passear e
se divertir. Tudo isso tendo a natureza nativa
como pano de fundo.

transporte típico na ilha

Essas são algumas da vantagens que

fazem de Paquetá uma região especial, a começar
pela própria viagem à ilha: barcas, catamarãs e
aerobarcos transportam os visitantes pela
Baía de Guanabara numa rota agradável e embalada
pela brisa marinha. Atracando no local, o
visitante descobre que a ilha proíbe o tráfego
de veículos para permitir que bicicletas e charretes
se locomovam em suas ruas revestidas
de saibro.

exemplar de baobá

Com apenas, 10. 9 km2 de ruas, a ilha está livre do barulho
e da poluição. O contato com a natureza
marca a visita ao local. Paquetá abriga um dos 20
únicos exemplares brasileiros do baobá,
árvore originaria da África, que ficou conhecido
pelos moradores como “Maria Gorda”.
Outra árvore típica é o Flamboyant, sendo que
algumas plantas datam de 100 anos.

bar flutuante

O nome da ilha é de origem Tupi e significa

"muitas conchas", que podem ser encontradas em
profusão nas praias de águas calmas
e convidativas. Imperdíveis também são os passeios
que levam à Pedra da Moreninha e ao
Parque Darke de Mattos. Um outro local que deve ser
visitado também, é o bar flutuante.

mirante do morro da cruz

Ao final da tarde, nada melhor do que passear
de barcos pedalinhos assistindo ao pôr-do-sol.
O mirante também deve figurar no roteiro do visitante.
Ele fica no Morro da Cruz, que descortina um
panorama parcial da ilha. Desde 1883, Paquetá faz
parte do município do Rio de Janeiro.

antiga residência de josé bonifácio de andrada e silva

Das ruas de saibro pode-se observar vários
estilos arquitetônicos, inclusive o Solar
que hospedou D. João VI e a casa que foi
propriedade de José Bonifácio de Andrada e Silva,
o patriarca da independência.

destaque: as águas em paquetá

fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google


sexta-feira, 20 de junho de 2008

Crisfonseca e seus Grafites


" O meu fascínio pelo grafite me faz ver
não só com os olhos mas também com a alma.
Desenhando, aprendi a ver o mundo
de uma maneira especial. "

cris

crisfonseca

Agraciada com um divino dom.
É assim defino Cristiana Fonseca. Mineira de Uberaba,
geógrafa com um talento incrível para o grafitismo
a qual tive o prazer de conhecer por intermédio da
Condessa Martha, maravilhosamente retratada por ela.


Não são necessárias palavras para descrever seu talento
e hoje apresento uma pequena mostra de sua Arte,
seus desenhos em lápis de grafite e aquarela.


carlos miranda (betomelodia) 


guinevere
igreja santa rita
espelho
indigena kuikuro
sem título
gato
border collie


fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google


quinta-feira, 19 de junho de 2008

Milton Nascimento, Canção da América


... sim, eu o tenho !
Mas por algum tempo, assim como
dezenas de "amigos" afastaram-se de mim
em meus maus momentos,
achando tê-lo perdido, quis poupá-lo de partir e
então, eu, aos poucos parti. Afastei-me.
Precisava ter na lembrança o Amigo que não me abandonou
mas sim, o bom Amigo que eu abandonei.

Mas Altamiro permaneceu, não partiu como outros
o fizeram quando eu mais deles precisei.


Senti sua falta. De nossos "papos"
na varanda de sua casa, das cervejinhas.
Então, aos poucos me aproximei, aos poucos relatei as
poucas novidades, as muitas aventuras e desventuras,
que como ondas em um mar bravio, me jogavam de
um para outro lado, sem ter onde buscar um apoio, uma
palavra amiga, um conselho em palavras de
amizade, ânimo e esperança. Sem ter Paz.

Altamiro Carneiro de Oliveira.
Um Amigo que permaneceu, ao qual faço questão de
tornar público meu agradecimento e respeito
com este vídeo, esta canção que fala sobre...
...amizade.


carlos miranda (betomelodia) 

( vídeo em 360p, datado de 1980 )

Amigo é coisa pra se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração assim falava a canção
Que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir

Mas quem ficou
no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou
no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou

Amigo é coisa pra se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam não
Mesmo esquecendo a canção
E o que importa é ouvir
A voz que vem do coração

Pois seja o que vier venha o que vier
Qualquer dia amigo eu volto a te encontrar
Qualquer dia amigo a gente vai se encontrar

milton nascimento / fernando brant


fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google


terça-feira, 17 de junho de 2008

Gilberto Bellini, Samba do Crioulo Doido

Sérgio Porto nunca foi sambista.
Era um brilhante jornalista que escrevia
diariamente a sua coluna no jornal Última Hora,
de Samuel Wainer. Este, por sua vez,
não passava de um maluco, querendo incendiar
o Brasil com o seu ousado diário, que trazia
lindas mulheres nuas ilustrando a sua
primeira página !!!

Um dia Sérgio Porto tomou um litro
de uísque inteirinho e resolveu fazer um Samba
intitulado Samba do Crioulo Doido,
que era ele próprio, embora fosse um branco
da sofisticada zona sul do Rio de Janeiro,
a tal cidade maravilhosa, a das balas perdidas
que hoje matam turistas desavisados.

O teleco-teco criado pelo Sérgio Porto, que
assinava como Stanislaw Ponte Preta, denunciava
crimes administrativos imperiais, que envolviam
a Imperatriz Dona Leopoldina no enredo, antes
que ela se tornasse linha de trem carioca e o Imperador,
Dom Pedro I, uma estação de trem.
Este samba é legal ! É cultura !


Confiram a História do Brasil, na visão de Sérgio Porto,
interpretada por Gilberto Bellini.  

carlos miranda (betomelodia) 

Foi em Diamantina onde nasceu JK
Que a princesa Leopoldina, arresolveu se casá
Mas Chica da Silva tinha outros pretendentes
E obrigou a princesa a se casar com Tiradentes

Lá iá lá iá lá ia
O bode que deu vou te contar
Lá iá lá iá lá iá
O bode que deu vou te contar

Joaquim José que também é
Da Silva Xavier queria ser dono do mundo
E se elegeu Pedro II

Das estradas de Minas seguiu pra São Paulo
E falou com Anchieta
O vigário dos índios aliou-se a Dom Pedro
E acabou com a falseta
Da união deles dois ficou resolvida a questão
E foi proclamada a escravidão
E foi proclamada a escravidão

Assim se conta essa história
Que é dos dois a maior glória
A Leopoldina virou trem
E Dom Pedro é uma estação também

O ô ô ô ô ô
O trem tá atrasado ou já passou
O ô ô ô ô ô
O trem tá atrasado ou já passou
 
sérgio porto - (stanislaw ponte preta)


fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google)


sábado, 14 de junho de 2008

Jamelão, Ela Disse-me Assim


" Ele é meu ídolo desde garoto. Eu era louco para
gravar com ele, mas infelizmente não deu tempo. É um
 perda irreparável para o mundo do samba e da
Música Popular Brasileira. "
décio carvalho, sambista

Jamelão, considerado o maior intérprete da
obra de Lupicínio Rodrigues, o maior entre os maiores
compositores e intérpretes da Estação Primeira de Mangueira,
nos deixou, partiu para integrar o grupo lá de cima.

Internado desde quinta-feira infecção grave e generalizada,
morreu nesta madrugada na Clínica Pinheiro Machado
em Laranjeiras, Rio de Janeiro.

Como Jorge Perlingeiro sempre dizia, no samba Jamelão
era o Mestre dos Mestres, e eu confirmo e afirmo:
sempre será o Mestre dos Mestres.

Guilherme Vergueiro, pianista, compositor, arranjador,
produtor e documentarista, com patrocínio da Petrobrás,
dirigiu e produziu em parceria com André Rosa,
um documentário para a TVE sobre a vida e obra de
Jamelão, onde ele em um vídeo nos encanta com sua
humildade e talento ao interpretar uma das composições de
Lupiscínio Rodrigues, Ela Disse-me Assim.

Uma homenagem à este Mestre dos Mestres.

carlos miranda (betomelodia) 

( vídeo em 360p )
Ela disse-me assim
Tenha pena de mim vá embora
Ele pode chegar
Vais me prejudicar tá na hora

E eu não tinha motivo nenhum
Para me recusar
Mas aos beijos caí em seus braços
E pedi para ficar

Sabe o que se passou
Ele nos encontrou e agora
Ela sofre somente por que
Fui fazer o que eu quis

E o remorso está me torturando
Por ter feito a loucura que fiz
Por um simples prazer
Fui fazer meu amor infeliz

lupiscínio rodrigues

fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Caetano Veloso, Não Enche

" O próprio Caetano disse que a Música fora feita para a imprensa,
sobre a relação que Caetano tem com ela."
 carolina 

" Acredito que toda Musica tem o seu sentido fundamental
no intimo de quem a aprecia. Qualquer inspiração que
o autor possa utilizar não tem significado fechado
nem para ele próprio. Portanto, a Música vem como
um instrumento/fonte pelo qual podemos dar sentido
às nossas vivencias. Assim cada um interpreta da forma
que pode ou quer."

ton
caetano veloso

Eu, como intérprete, canto esta composição do
Caetano tal como ela por ele é interpretada. Nunca procurei
aprofundar-me em seu hipotético sentido oculto em sua letra e apenas
levo-a aos ouvidos de meu público que a entende de acordo com
seus sentimentos próprios, válidos ou não.
Gostei muito das duas análises acima onde seus autores Carolina e Ton,
expressam a  opinião que faço minhas. Aproveito também para
publicar a análise de Leonardo Da Vino, que interessante achei.


" Certa vez, Caetano (um velho baiano) disse:
'As minhas letras são todas autobiográficas. Até as que
não são, são.' Deixando de lado o jogo estético,
esta afirmação ajuda-nos a entender o sujeito de 'Não enche',
quando este argumenta 'o que eu herdei de minha gente
e nunca posso perder', para logo adiante começar
uma estrofe com a deliciosa expressão nordestina 'Oxente'.

Aliás, a própria melodia Samba-Rock-Axé intensifica isso.
O sujeito faz de seu canto um desconjuro: vai elencando,
em capcioso caos, muito pela ira que lhe move, fragmentos
de momentos e sentimentos. Ele desconstrói a relação dual:
'eu vou viver sem você', arremata. E faz tudo isso com
'ludicidade' e ênfase sensorial, envolvendo e tornando
o ouvinte cúmplice. O sujeito usa as torções semânticas
e a mistura melódica para a estesia do ouvinte.
Ao final, estamos (nós: ouvintes) prontos para também odiar
e deslindar-se desta "senhora": dona do dom do sujeito cantor.

Vamos percebendo a mulher cantada por partes.
Tonta pela profusão de 'eus' desenhados no canto do sujeito,
afinal ela 'nunca quis ver, não vai querer, não quer ver',
a musa trepadeira parece desabar do salto: unhas negras
quebradas e os castanhos lábios borrados de 'carmin'.
Mas tudo não passa de sugestão, ameaça. Ou não? Seja como
for, o sujeito assume o risco de enfrentar a musa - voz
clarificada, 'gritando: nada mais de nós!'. Um gesto
vertiginoso e de alto risco, pois, como Clarice Lispector
escreveu: 'Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso.
Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro'.

carlos miranda (betomelodia) 

( vídeo em 360p )
Me encara de frente é que você nunca quis ver não vai querer não quer ver
Meu lado meu jeito o que eu herdei de minha gente e nunca posso perder
Me larga não enche me deixa viver me deixa viver me deixa viver me deixa viver

Cuidado 'ô xente' está no meu querer poder fazer você desabar
Do salto nem tente manter as coisas como estão porque não dá não vai dar
Quadrada demente a melodia do meu Samba põe você no lugar
Me larga não enche me deixa cantar me deixa cantar me deixa cantar me deixa cantar

Eu vou clarificar a minha voz
Gritando nada mais de nós
Mando meu bando anunciar
Vou me livrar de você

Harpia aranha sabedoria de rapina e de enredar de enredar
Perua piranha minha energia é que mantém você suspensa no ar
Pra rua se manda sai do meu sangue sanguessuga que só sabe sugar
Pirata malandra me deixa gozar me deixa gozar me deixa gozar me deixa gozar

'Vagaba' vampira o velho esquema desmorona desta vez pra valer
Tarada mesquinha pensa que é a dona e eu lhe pergunto quem lhe deu tanto axé
À toa vadia começa uma outra história aqui na luz deste dia D
Na boa na minha eu vou viver dez eu vou viver cem eu vou viver mil eu vou viver sem você

caetano veloso


fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google