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domingo, 9 de março de 2008

Dudu Falcão e Jorge Versillo: Coisas Que Eu Sei

Carlos Eduardo Carneiro de Albuquerque Falcão.
Pernambucano, nascido na cidade de Recife em 1981,
compositor, instrumentista e cantor, mais conhecido por
Dudu Falcão, é o autor  da Música que hoje publicamos.

O primeiro registro como compositor foi em 1988,
quando Nana Caymmi lançou “Deixa eu cantar” e “Era tudo verdade”,
ambas de sua exclusiva autoria, no LP “Nana”. Com mais de duzentas
canções gravadas por diversos Artistas, muitas das quais
incluídas em trilhas sonoras de novelas e minisséries. Mas só
em 2009, foi que lançou o CD “Dudu Falcão”, primeiro registro
fonográfico como intérprete de sua obra.

dudu falcão e jorge versillo

Mas temos também outro compositor, instrumentista e cantor
que, faz parte desta página: Jorge Luiz Sant´anna Vercillo.
Natural da cidade de Rio de Janeiro, nascido em 1968. Com o nome
artístico de Jorge Versillo, atualmente é muito conhecido por
suas composições e interpretações.

No vídeo à seguir, um show de musicalidade da dupla,
interpretando Coisas Que Eu Sei, composição de Dudu Falcão,
um grande sucesso da melhor Música Popular Brasileira.

carlos miranda (betomelodia) 

( vídeo em 360p )

Eu quero ficar perto
De tudo que acho certo
Até o dia em que eu
Mudar de opinião
A minha experiência
Meu pacto com a ciência
Meu conhecimento
É minha distração

Coisas que eu sei
Eu adivinho
Sem ninguém ter me contado
Coisas que eu sei
O meu rádio relógio
Mostra o tempo errado
Aperte o play

Eu gosto do meu quarto
Do meu desarrumado
Ninguém sabe mexer
Na minha confusão
É o meu ponto de vista
Não aceito turistas
Meu mundo tá fechado
Pra visitação

Coisas que eu sei
O medo mora perto
Das ideias loucas
Coisas que eu sei
Se eu for eu vou assim
Não vou trocar de roupa
É minha lei

Eu corto os meus dobrados
Acerto os meus pecados
Ninguém pergunta mais
Depois que eu já paguei
Eu vejo o filme em pausas
Eu imagino casas
Depois eu já nem lembro
Do que eu desenhei

Coisas que eu sei
Não guardo mais agendas
No meu celular
Coisas que eu sei
Eu compro aparelhos
Que eu não sei usar
Eu já comprei

As vezes dá preguiça
Na areia movediça
Quanto mais eu mexo
Mais afundo em mim
Eu moro num cenário
Do lado imaginário
Eu entro e saio sempre
Quando tô a fim

Coisas que eu sei
As noites ficam claras
No raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes
Eu somente não sabia

Coisas que eu sei
As noites ficam claras
No raiar do dia
Coisa que eu sei
São coisas que antes
Eu somente não sabia
Agora eu sei... agora eu sei
Agora eu sei... agora eu sei


dudu falcão


fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: Arquivo pessoal / google

( o vídeo original desta página era com danni carlos mas, resolvi substitui-lo
por tratar-se de uma cantora brasileira que, optou por ceder sua interpretação
de "coisas que eu sei" exclusivamente à uma gravadora estrangeira. )

sábado, 1 de março de 2008

Gilberto Gil, Chiclete com Banana


"… e os meus primeiros momentos de ouvir Música,
tudo se passou numa época em que Luiz Gonzaga, principalmente
lá no Nordeste, onde eu vivia, lá na caatinga, era
praticamente o canto mesmo da região…"
gilberto gil


Salvador, Bahia. No bairro Tororó nasceu
Gilberto Passos Gil Moreira, hoje mundialmente
conhecido por Gilberto Gil. E rendeu frutos.

Compositor de grandes sucessos iniciou seu
aprendizado na Música ao frequentar uma academia
de 'acordeon' aos oito anos, influenciado pelo
ritmo predominante na época e onde vivia mas, no
ensino secundário, ao ganhar da mãe um violão ficou
conhecendo João Gilberto e que o cativou de imediato.

Ao cursar a faculdade, Administração de Empresas,
Gil conheceu Caetano Veloso, Maria Bethânia,
Gal Costa e Tom Zé. E sua primeira apresentação, ao lado
deste quarteto de grandes nomes, foi na inauguração do
Teatro Vila Velha no ano de 1964. Formou-se no ano
seguinte e mudou-se para São Paulo.

No post de hoje, nosso atual Ministro da Cultura nos traz
como Músico, acompanhado de seu filho, Ben Gil, uma
das mais recentes revelações da nossa autêntica Música
Popular Brasileira, interpretando uma composição de
Gordurinha e Almira Castilho: Chiclete com Banana.

carlos miranda (betomelodia) 

( vídeo em 360p )

Só ponho bebop no meu Samba
Quando o Tio Sam pegar no tamborim
Quando ele pegar no pandeiro e no zabumba
Quando ele entender que o Samba não é rumba
Aí eu vou misturar Miami com Copacabana
Chicletes eu misturo com banana
E o meu Samba vai ficar assim

Bebop, Bebop, Bebop
Bebop, Bebop, Bebop
Bebop, Bebop, Bebop
Quero ver a grande confusão
Bebop, Bebop, Bebop,
Bebop, Bebop, Bebop,
Bebop, Bebop, Bebop,
É o Samba-Rock meu irmão

É mas em compensação
Quero ver o boogie-woogie de pandeiro e violão
Quero ver o Tio Sam de frigideira
Numa batucada brasileira
Quero ver o Tio Sam de frigideira
Numa batucada brasileira


 almira castilho / gordurinha

fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Roberto Carlos e Ivete Sangalo: Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim


Por diversas vezes quando eu ainda atuava nos palcos,
essa composição foi pedida mas, não fazia parte
de meu já extenso repertório. Embora a considerando uma das
joias de nossa Música, ela não foi incluída.

Certa tarde, recebi um E-mail e lá estava um pedido para que
eu a interpretasse. Era de uma das alunas que utilizava meu
transporte escolar em Campo Grande, MS.

Por falta de tempo, cantando todas as noites e também
em festas, não foi incluída. Não a interpretei de
imediato e quando o fiz, aquela amiga que
pediu-me para a cantar, tinha partido.

ivete sangalo e roberto carlos

Assim, com muitas saudades dedico àquela que tão
distante está mas, em meu coração sempre será presente.
A postagem de hoje é um presente à ti, Bruna, hoje
uma linda e  brilhante estrela no céu.

Aqui sua Música preferida, em uma bela interpretação
de Ivete Sangalo e Roberto Carlos, dois nomes
de nossa Música Popular Brasileira
que tanto apreciavas.

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )
Meu coração sem direção voando só por voar
Sem saber onde chegar sonhando em te encontrar
E as estrelas que hoje eu descobri no seu olhar
As estrelas vão me guiar

Se eu não te amasse tanto assim
Talvez perdesse os sonhos dentro de mim e vivesse na escuridão
Se eu não te amasse tanto assim talvez não visse flores
Por onde eu vim dentro do meu coração

Hoje eu sei eu te amei no vento de um temporal
Mas fui mais muito além do tempo do vendaval
Nos desejos num beijo que eu jamais provei igual
E as estrelas dão um sinal

Se eu não te amasse tanto assim
Talvez perdesse os sonhos dentro de mim e vivesse na escuridão
Se eu não te amasse tanto assim talvez não visse flores
Por onde eu vim dentro do meu coração

herbert vianna / paulo sérgio valle

fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Meus Escritos - Constante Despedida


Nunca sabemos se a imensa felicidade
que temos, por si nos basta. Sempre
desejamos mais e mais e com o passar dos anos,
meses, semanas ou dias, a substituímos.
Trocamos nossos momentos por outros que se nos
afiguram melhores, mais interessantes,
esquecendo da essência de nossos sentimentos,
essência de nossas realidades vividas,
dos encantos e desencantos de nosso dia a dia.
Assim, em lampejos a memória me trazia
doces lembranças de minha boas e más fases,
que por mim tinham sido esquecidas.




Ensimesmado em meu esconderijo interior.
Rosto molhado e olhos fechados, o filme de
minha Vida quadro a quadro, mostrando
que muitos caminhos, muitas atitudes
poderiam ter sido mudadas para melhor
ou talvez para pior.

O desenrolar de mil acontecimentos,
desde os mais banais até os revestidos de
toda pompa e circunstância desfilavam em minha mente.
Pompa e circunstância, banalidades , inutilidades
perante o simples ato de viver, de amar, de cantar,
de partir ou de apenas deixar pegadas em um deserto.

A água brotando de meu olhar,
lavou toda as camadas de nódoa que a vida
nos palcos em mim depositou, nódoa que turvou
minha visão do mundo, nódoa que não me
permitiu ver com os olhos da alma, a morte de meus
melhores momentos, a morte de minhas
melhores porções, a morte lenta de minha vida,
assim como não permitiu-me ver a luz que em espelhos
ilumina toda a humanidade, toda a criação.

Mas neste momento não estou em um palco.
Apenas plateia. Como Artista que sou,
cumpro meu papel atuando até o fim,
interpretando Amor, vendendo ilusões, sonhos
e fantasias ao público e para mim mesmo.
Como plateia, hoje busco com calma
um Amor, ilusões, sonhos e fantasias para um
derradeiro alento em meu viver. E na plateia,
só e confuso, aos poucos percebo,
sorrindo, o cenário de meu fim.

carlos miranda (betomelodia) 

fontes
imagem: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / meus escritos

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Skank , Mandrake e os Cubanos


Samuel Rosa  com o amigo Henrique Portugal,
no ano de 1983 fizeram parte da banda de reggae
Pouso Alto, em parceria com os irmãos Dinho
e Alexandre Mourão.

Numa apresentação em uma casa de concertos
em São Paulo no ano de 1991, não estavam presentes
os Irmãos Mourão. Foram chamados o Lelo e o Haroldo
para completar a banda para o show. O nome atual
da banda nasceu no acréscimo desses dois músicos
pouco antes da apresentação, e foi inspirado
na música de Bob Marley   "Easy skanking".
E assim, o primeiro show da Banda Skank aconteceu
mas, o público pagante que compareceu foi de
apenas  de 37 pessoas...

Ao final do show, não desanimaram pois gostaram
da performance e resolveram continuar juntos, com
a proposta musical de transportar as raízes do
ritmo jamaicano para a Música Pop brasileira.
O resultado é o sucesso da banda nos dias atuais.

Mas foi no ano de 1998 que comecei a prestar atenção na banda.
Ouvi Mandrake e os Cubanos, gostei. Adicionei-a ao meu
repertório e assim é a postagem de hoje, uma hilária homenagem a
estes quatro rapazes, hoje sucesso a nível internacional.
 carlos miranda (betomelodia) 


vídeo em 480p )

Será que você gostou
Desse terno que eu comprei
Parece um fraque de um Mandrake
Foi no centro que eu achei

Será que você gostou
Dessas meias de algodão
Disseram que no inverno esfriam
E esquentam no verão

Vou combinar com meus sapatos
De couro de cascavel
Botar no bolso uns cubanos
Que me deram lá no motel
Eu hoje sou cabra da peste
Sou mute lá no Correia
Nem cult nem cafajeste
Só lobo na lua cheia

Será que você gostou
Desse anel daqueles hippies
Parece a gema dos seus olhos
Irrequietos acepipes

Vou combinar com uma gravata
De peixes orientais
Botar no bolso um pente de osso
E umas ervas naturais
Eu hoje sou cabra da peste
Sou mute lá no Correia
Nem cult nem cafajeste
Só lobo na lua cheia

Capa, bengala e cartola
Ela tem lábios de mola
Pega o jaleco e "vamo" embora
Vê se liga qualquer hora

Será que você gostou
Desse terno que eu comprei, uuu
Parece um fraque de um Mandrake
Foi no centro que eu achei, uuu
Vou combinar com meus sapatos
De couro de cascavel
Botar no bolso uns cubanos
Que me deram lá no motel
Eu hoje sou cabra da peste
Sou mute lá no Correia
Nem cult nem cafajeste
Só lobo na lua cheia

Capa, bengala e cartola
Ela tem lábios de mola
Pega a echarpe e dá o fora
Vai chover marido agora
Capa, bengala e cartola
Ela tem lábios de mola
Pega o jaleco e "vamo" embora
Vê se liga qualquer hora
 


chico amaral / samuel rosa 

fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Jessé, Paz do Meu Amor e Menino Passarinho


O ano, creio que 1962. O mês, não lembro, pois
a idade prega-me peças sobre as datas.
Um sítio à margem esquerda do Rio Guapimirim,
em Magé, Estado do Rio. Soninha, sobrinha do Luiz,
Manoelzinho, meu companheiro de aventuras
e eu, brincávamos com o Guto, filho do Moacyr Franco,
na "laje", uma curva do rio onde nadávamos,
quando ouvi um som de violão e uma voz:

..."sou menino passarinho com vontade de voar"...

Imediatamente, corri para a casa e lá chegando,
no quintal, em pé, o Luiz cantava ao som
de seu violão para o Moacyr, a sua mais nova
composição, "Prelúdio para Ninar Gente Grande",
mais conhecida por "Menino Passarinho".

Ali então, decidi que um dia eu seria um cantor,
ou melhor, como dizia Luiz, um cantador.
Estudei muito, Música instrumental e canto,
para um dia mostrar a ele em que
sua música me transformou.

Isso eu não consegui. Luiz nunca me atendeu pois

uma m+*%a de mulher não o deixava falar comigo,
para que eu lhe contasse que aquele dia foi o início
do meu sonho, cantar a Música Brasileira,
divulgar sua obra. Mas até hoje, ao encerrar as
minhas apresentações por esse mundão de Deus,
canto aquela que sempre é minha
despedida ao público que me prestigia:
"Menino de Braçanã".

jessé

Falar sobre aquele que foi um dos ícones da
Música Brasileira até o ano de 1993, ano de sua morte,
é uma repetição desnecessária, pois sua vida é
conhecida de todos. Dono de uma voz forte e marcante,
até os dias atuais tem suas interpretações presentes na memória
de milhares de seus fãs, por seu carisma e simpatia.

Na página de hoje, escolhi um vídeo na voz de
Jessé, editado por Ivanete Souza, onde ele
interpreta dois grandes sucessos de Luiz Vieira,
o cantador que inspirou-me desde minha infância a
ser um Músico. Demorou um pouco mas aos palcos
eu cheguei, neles permanecendo até os dias atuais.
Com vocês, Jessé.


carlos miranda (betomelodia) 

( vídeo em 360p )

Você é isso
Uma beleza Imensa
Toda a recompensa
De um amor sem fim


Você é isso
Uma nuvem calma
No céu de minh'alma
É ternura em mim


Você é isso
Estrela matutina
Luz que descortina
Um mundo encantador


Você é isso
É parto de ternura
Lágrima que é pura
Paz do meu amor
 


luiz vieira

Quando estou nos braços teus
Sinto o mundo bocejar
Quando estás nos braços meus
Sinto a vida descansar


No calor do teu carinho
Sou menino passarinho
Com vontade de voar
Sou menino passarinho
Com vontade de voar
 


luiz vieira


fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Meus Escritos - Sobre Xícaras


Há alguns dias, recebi uma correspondência anônima
com um pedido para mim inusitado: publicar um texto anexado.
Respondi, indagando o motivo e por que em meu Blog.
Pedido reiterado, sem as respostas. Terça-feira, dia 12 de fevereiro,
meu celular toca e uma voz masculina, marcada por uma entonação
emocionada reiterou o pedido à mim, Carlos Miranda, o betomelodia,
para que eu publicasse o texto, pois é de grande importância
para sua filha. Reli o texto e resolvi publicar, aqui deixando claro
que não me foi enviado o autor do mesmo. Por precaução,
omiti os nomes reais dos personagens. Aí vai.

carlos miranda (betomelodia) 


A sensação se repetia todas as vezes que ela abria
o velho baú e revia o jogo de xícaras de plástico.
Ela nunca lembrava exatamente quando ganhara o brinquedo.
Mas tinha certeza: fora a mãe, levada pelo câncer
havia anos, quem lhe presenteara.
Os olhos daquela universitária ainda marejavam.
E o aperto no peito se repetia quando ouvia as amigas
falarem das brigas, das preocupações e das satisfações
que eram obrigadas a dar, sempre que iam chegar mais tarde,
sair com novos amigos. Coisas de toda mãe,
daquelas que só mudam de endereço. Ela sentia esse vazio.
Certa vez, numa das poucas crises de choro que teve,
disse para uma amiga querida:

" Só quem não tem mãe sabe e entende a falta que ela faz. "

Ela estava prestes a se formar em fisioterapia,
quando o pai chamou-a para conversar.
Aquele homem simples, mãos calejadas pelo trabalho,
muito tímido, com dificuldades de externar sentimentos e
fazer carinhos explícitos, nunca lhe deixou faltar nada.
Absolutamente nada. De vez em quando
falava algumas poucas palavras.
Daquelas definitivas, que um filho leva pra toda a vida.
Naquele momento, porém, estava visivelmente sem jeito.
Ela namorava já fazia mais de um ano.
O pai sabia o que se passava entre o casal.
Tentava negar, fazer de conta que não, mas no fundo
percebera que Carolina tinha se transformado
numa mulher. E que mulher.

- Filha, você está feliz?
- Eu estou pai. Por quê?
- Sei lá, queria conversar um pouco com você,
mas não sei exatamente o que dizer.
- Meu namorado fez alguma coisa que o senhor não gostou?
- Pra mim não. E pra você?
- Como assim?
- Ele te trata bem?
- Trata, claro.
- Ele respeita você?
- Pai, aonde o senhor quer chegar?
- Em você. Não sei o que te dizer, nem como fazer isso,
mas queria que você soubesse que eu estou do seu lado.
- Eu sempre soube disso.
- Essa seria uma conversa bem boa pra
você ter com sua mãe. Mas ela não está aqui.
Homem é muito malandro.
- Não precisa se preocupar.
- Você ama o seu namorado?
- Sim, acho que sim.
- E ele? Também te ama?
- Bem, eu acho que sim. Ele cuida de mim,
é atencioso, sempre gentil.
- Você se cuida?
- Pai?!
- Desculpe, não quero deixar você constrangida.
Mas não quero que nada de mal lhe aconteça.
- Eu sei, pai.
- A "homarada" gosta muito de festa,
de se aproveitar das meninas.
E não gostaria que fosse assim com você.

Ela abraça o pai ternamente por alguns longos minutos.
Os dois ficam em silêncio. Rostos colados,
ela percebeu a lágrima do pai escorrendo.
Em silêncio. Abraçou aquele homem ainda com
mais força. O pai não aguentou:

- Eu gostaria que você não deixasse ninguém te magoar.
- Eu sei, pai.
- Não aceite nunca que ele faça coisas que você não aprova.
Dê respeito. Não deixe que ele seja abusado.
- Está bem, pai.
- Eu morreria se ele fizesse algo de ruim pra você.
- Eu sei, pai, eu sei.
- Não se esqueça nunca disso.
- Está bem.
- Eu amo você minha filha. Muito.
- Eu também te amo pai,
e não sei o que seria da minha vida sem você.
Pode deixar que nunca ninguém vai se aproveitar de mim.
- Então está bem. Se precisar de ajuda,
você promete que pede?
- Sim, eu prometo.

Abraçaram-se de novo e ficaram assim
por mais um bom tempo.
Ela sentiu então que, realmente,
não lhe faltava nada.

autor desconhecido

fontes
imagem: arquivo pessoal - baseado em texto de autor desconhecido - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google