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sábado, 5 de outubro de 2019

Mauro Moraes, Com Cisco nos Olhos



" Venho de uma época em que a gente subia no palco para concorrer com Apparício Silva Rillo, Luiz
Coronel, Mário Barbará.  Era outro nível.  Hoje, se tu ganhas, tu és prevalecido; se tu perdes,  eles
dizem “pô, ganhei do Mauro Moraes!”.  Já passamos dessa fase de competições. A picada a gente
abriu,  agora a gurizada  pode cuidar da plantação ou,  continuar estragando." 

mauro moraes


Ele nasceu em  Uruguaiana,  cidade natal de minha avó materna que carinhosamente eu chamava de
"Mãe Velha", pois ela e meu avô, General João Batista de Miranda, foram os educadores da minha
infância que ensinaram-me o significado das palavras  respeito, ética  e incentivaram-me a ler.
Mas voltemos ao destaque de hoje, Mauro Moraes,  que lá também veio ao mundo mas foi
em Porto Alegre que começou sua carreira no ano de 1979, ao participar da "Vindima da
Canção Popular", em Flores da Cunha,  ficando com o quinto lugar e escolhido como
compositor revelação com sua composição  Vaqueano, parceria com Dado Jaeger.

Ganhador de dois discos de ouro e de seis troféus Açorianos, incluindo quatro de
Melhor Compositor de Música Regional,  é um dos grandes vencedores de festivais
no Estado,  contabilizando  entre os prêmios a cobiçada "Calhandra de Ouro", recebida
com a música "Feito o Carreto" na 31ª Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana em 2002.
Mauro Moraes  em suas composições,  evoca cenas campeiras com poesia, realismo e lirismo.

carlos miranda (betomelodia) 


Meu radinho de pilha toca de tudo
Tudo que eu acho bom
A lembrança de amigos nos discos o pago enfim
Tudo o que me faz feliz

Ele é o culpado de todo esse amor
Ele é o silêncio meu convidado
É o estado de todas as coisas
Que a alma aquece guardado

Não sei como um coração pleno em felicidade
Possa ás vezes tornar-se um poço de tristeza
Quando escuto as notícias da minha saudade
E o violão desafina a corda arrebenta

Apesar dos pesares o que mais me machuca
É a distância de dentro que a gente retruca
É o pecado de haver endurecido o carinho
Milongueando sozinho com o mate lavado

É ficar em si mesmo proseando à toa
Com a manada nos olhos da sua pessoa
É não ter vergonha de chorar quando se está feliz
Com a alegria dos outros voltando pra si


mauro moraes



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

A Arte no Mundo - Johann Georg Grimm - Brasil

parahyba do sul, 1886


Johann Georg Grimm,  foi um pintor, professor, desenhista e decorador  alemão que viveu e trabalhou
alguns anos no Brasil.  Nascido e criado na cidade de Immenstadt, Alemanha,  é filho do carpinteiro
Johann Bernhard Grimm e de Maria Anna, falecida quando ele tinha cinco anos de idade. Desde
jovem,  seu pai o treinou  para que seguisse os  seus passos no comércio,  onde ele realizara
diversos trabalhos de carpintaria  como mesas, painéis, barcos e também  altares para as
igrejas da cidade onde moravam. No entanto o seu interesse logo mudou quando ele
conheceu  a biblioteca  do castelo de  Rahenzeli,  onde realizaria  um trabalho de
cunho familiar  e acabou vendo  alguns livros com  obras de arte. Foi o ponto
de partida para a sua carreira nas artes plásticas.

carlos miranda (betomelodia) 


johann georg grimm1846 / 1887
oil on canvas - 640 × 342 cm - coleção da câmara de paraíba do sul
paraiba do sul, rio de janeiro - brasil

fonte
imagem: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodoia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

domingo, 15 de setembro de 2019

Jonathan Silva e Celmar Coelho, Samba da Utopia

celmar coelho e jonathan silva


“ Acho que o Samba da Utopia acabou virando um alento pros nossos corações.
Estamos cansados desse discurso de ódio, de preconceito.
A poesia é uma ferramenta pra encararmos esses tempos sombrios.
Vou me armar de poesia até os dentes. ”

Jonathan Silva

Jonathan veio, inspirado, ao mundo na capital do Estado,  Espírito Santo, Vitória,  e atualmente está
radicado na cidade de São Paulo, capital do Estado homônimo há vinte anos. Músico premiado no
cenário artístico paulistano, em suas composições utiliza uma mistura de linguagens do Baião,
Samba, Jongo, e do Congo,  isso sem mencionar a influência da Cultura paulistana,  o que
revela um criativo universo sonoro,  nas suas composições para  companhias teatrais.
É o caso da  canção da publicação de hoje, "Samba da Utopia",  criada para a peça
Ledores do Breu em que ele é um dos participantes,  e que tinha como tema a
"palavra".  Da peça teatral,  migrou para ser  entoada na vida,  no dia a dia.


carlos miranda (betomelodia) 


Se o mundo ficar pesado eu vou pedir emprestado
A palavra poesia

Se o mundo emburrecer eu vou rezar pra chover
Palavra sabedoria

Se o mundo andar pra trás vou escrever num cartaz
A palavra rebeldia

Se a gente desanimar eu vou colher no pomar
A palavra teimosia

Se acontecer afinal de entrar em nosso quintal
A palavra tirania

Pegue o tambor e o ganzá vamos pra rua gritar
A palavra utopia


scott laframenta



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Rudy Kestering, De Potros e Homens

endrigo, rudy e everton


De volta às páginas do Blog, o trio nativista que retrata com maestria a vida nos pampas do Estado do
Rio Grande do Sul. Já foram destaque em Agosto de 2019 com a composição  "Grito de Livres",
e voltam com "De Potros e Homens", narrando em verso a lida dos Gaúchos Campeiros
nos pampas do sul.  O trio é composto por  Rudy Kestering (voz e violão solo),
Everton (no bumbo leguero e voz) e com Endrigo (violão base). Apreciem.


Para entender melhor a letra da lida dos campeiros gaúchos, partindo do início:

O primeiro termo, refuga, significa que o potro rejeita a doma;  lombilho é
parte dos arreios que substitui a sela; sovéus, laços grosseiros, fortes;  maneias,
atos de manejar os instrumentos e o potro; rosetas são as partes móveis da espora que
são  os instrumentos usados na parte posterior dos calçados para estimular a montaria;  bucho
nada mais é que a  barriga do potro;  tombo do pealo é o ato de  derrubar o potro e o  imobilizar pelas
patas; retalha do bagual, o ato de castrar o potro arisco, recém-domado, que não aceita a doma. 

carlos miranda (betomelodia) 


O pelo brilhando no sol de Setembro
Dois potros galopam pelos pagos santos
As crinas ondulam ao sopro dos ventos
E os cascos que cortam o verde dos campos

Um desses refuga só quer ser liberto
Galopar a vida do Sol vendo o brilho
Sua língua não sente o aço dum freio
Seu lombo não sente a dor do lombilho

O outro a mangueira cessa a liberdade
Prisão camponeira de feitio gaúcho
Nas patas sovéus cordas e maneias
Rosetas de esporas na boca do bucho

Riso dos peões o tombo do pealo
É mais um cavalo com marca e sinal
A brasa da marca chamuscando o pelo
E o aço da faca retalha um bagual

Assim é a vida de potros e homens
E tem como herança diferentes sinas
Uns levam na boca o peso do freio
E outros vivem livres a balançar crinas


rudy kestering / josé claudio camargo (aipim)



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

domingo, 25 de agosto de 2019

Rita Lee, O Bode e a Cabra



 Em uma rápida verificação em meus arquivos pessoais de vídeos (são milhares),
eu encontrei alguns interessantes e outros que optei por deletar. Entre os que
chamaram minha atenção na pasta "paródias" está este que vai ilustrar a
publicação de hoje, trazendo a "Rainha do Rock Brasileiro" Rita Lee.

Rita foi destaque aqui no Blog pela primeira vez em outubro de 2013,
com sua composição "Nem luxo Nem Lixo", tendo como parceiro Roberto
de Carvalho.   Clique no link no final da postagem  para saber um 
pouco mais
sobre Rita Lee, que é uma das maiores expressões do Universo Musical Brasileiro.

carlos miranda (betomelodia) 


O bode saiu com a cabra foram andar a pé
O bode pisou na cabra a cabra gritou mé

A cabra gritou méiéié a cabra gritou mé

A cabra estremecida com tanta dor no pé
O bode arrependido pediu desculpas mé

Pediu desculpas méiéié pediu desculpas mé

A cabra então se contorcia de dor no pé
Pois não havia o que curasse o chulé o chulé o chulé

O bode foi tomar banho o rio não dava pé
A cabra toda assustada tornou a gritar mé

Tornou a gritar méiéié tornou a gritar mé

O bode então não se arriscou deu marcha ré
A cabra se entusiasmou deu no pé deu no pé deu no pé

E agora "cabou-se" a história conte pra quem quiser
O bode beijou a cabra sarou a dor no pé

Sarou a dor no péiéié sarou a dor no pé
Sarou a dor no péiéiéiéiéiéié...


autora da paródia: rita lee
original: I want to hold your hand - paul mccartney / john lennon



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Roberta Sá, Menino



Roberta Sá já foi destaque aqui no Blog em várias ocasiões, e creio ser repetitivo
escrever mais sobre esta incrível intérprete, pois basta clicar em seu nome ao
final da publicação para saber mais sobre ela, por seus trabalhos na Música.

Mas vou escrever um pouco sobre Roque Ferreira,  autor desta composição. Nascido
na cidade de Nazaré, Bahia, no centro sul do  Recôncavo Baiano,  as margens do
Rio Jaguaripe.  A região se firmou na produção de  farinha de mandioca, que
ainda hoje é considerada uma das melhores do Brasil. É uma farinha muito
fina, chamada de copioba, o que deu à cidade o codinome,  “Nazaré das
Farinhas”.  Bem, voltemos a falar de  Roque Augusto Ferreira, mais
conhecido como Roque Ferreira. Publicitário, em várias agências
trabalhou durante 20 anos, deixando a profissão para dedicar
sua vida apenas à música. Nasceu em Março de 1947, hoje é
um cantor e compositor brasileiro  de muito sucesso, e
também escritor, autor "As sete faces da lua" e de
"Ossos de borboleta".  Vamos ao vídeo escolhido.

carlos miranda (betomelodia) 


Ô menino me diga quem foi seu Mestre
Ô me diga quem lhe ensinou a jogar
Com dendê obi alubaça e búzio
Quem lhe mostrou o segredo menino do jogo de Ifá

Ô menino do erê que mora na gira
Ô que vira-o-santê e chama Jandira
Fez orô com seu ponto lavou sua miçanga
Botou mel no seu canto mandou bater pra seu ganga
Quem acendeu essa luz no seu olhar
E deu as contas azuis do colar


roque ferreira



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Rudy Kestering e Endrigo Gonçalves: Grito de Livres

rudy kestering e endrigo gonçalves


Esta publicação abre espaço para divulgação da Música Nativista do Estado
brasileiro que gentilmente acolhe este "carioca da gema", betomelodia.
Tive o prazer de conhecer pessoalmente o  Rudy  em Palmares do Sul,
na procura de um TI em hardware e software, pois o notebook que
era meu instrumento de trabalho, deu sinais de cansaço.  Ele
além do  trabalho que executa em  computadores,  é Músico.

Violonista, compositor nativista e cantor,  nascido lá na
cidade litorânea de  Torres, Estado do Rio Grande do Sul que
faz divisa com a cidade de Passo de Torres,  no Estado de Santa
Catarina,   para sorte dos necessitados  de um bom "doutor" para os
nossos equipamentos atualmente por aqui veio morar. Profissional ético,
competente,   nesta  publicação  vai nos revelar  o seu  lado artístico
interpretando sua composição em parceria com  Aipim, intitulada
" Grito de Livres ". Tenho certeza que irão apreciar o vídeo.


carlos miranda (betomelodia) 


No verde arvoredo arco-íris de plumas
Que nenhum artista consegue pintar
Na calma da tarde trinados e cantos
Que nem uma orquestra consegue imitar

São estas aves que livres revoam
Entoam seus cantos por tardes e auroras
Existem estes homens despidos de alma
Que param seus voos em frias gaiolas

Que um grito ecoe por várzeas e campos
Cruzando aramados invada cidades
Gritos de livres igual a dos pássaros
Que vivem a cantar clamar liberdade


 josé claudio camargo (aipim) / rudy kestering 



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal  / google