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segunda-feira, 18 de abril de 2016

Luiz Bhittencourt, Religiosidade e Arte

anjos em oração


Nasceu em São José dos Campos, Estado de São Paulo, Brasil mas, hoje é cidadão do mundo, grande
expoente nas Artes Plásticas Brasileiras. Formado em  Administração de Empresas, por vários anos
trabalhou em organização de eventos até que adversidades em sua vida pessoal, o absorveram
inteiramente. Ao essa fase passar, suas marcas e busca por respostas, deixaram a certeza de
que a mesma deveria ser corporificada. Assim, à partir desse momento dedica-se com toda
afinco à pintura,  com apoio da  Artista Plástica Luciana Melo. À convite, seus primeiros
trabalhos foram expostos no Fórum de sua cidade natal,  com telas abordando temas
sobre diversas passagens bíblicas, as quais em sua busca ficaram bem marcadas.

Mas Luiz em sua procura por Deus,  busca que mantém-se desde a mais tenra infância,  com a pintura
foi tornando-se mais forte.  Assim ingressou na Ordem de São Bento buscando respostas, mas sem
abandonar a Arte. Anos mais tarde, por conflitos nos planos artístico e religioso, o Artista deixa a
vida no Monastério. Reconhecido internacionalmente, seus trabalhos, séries sobre diversos
tópicos da religiosidade,  tem com tema a procura  e o  esclarecimento  da espiritualidade.


luiz bhittencourt e higor vasconcelos, o anjo 2016

Sua Obra

Bem,  para entendermos a obra de  Luiz Bhittencourt,  necessário é estarmos em paz, buscarmos paz
para tentarmos responder aos questionamentos que suas telas nos apresentam, pois só assim nos
livraremos de muitos rótulos e dogmas que são impostos a todos nós.  Vejam, as telas possuem
e claramente nos transmitem o que o  Artista pretende: vermos e indagarmos de maneira um
tanto ou quanto subconsciente, o que nela esta exposto.  Expressionismo, assim como a
sugestiva intenção de técnica mista ou  Impressionismo?  Prefiro classificar sua obra
como a fusão de suas pesquisas sobre a Arte e seus autores, que resultou em um
estilo único e bem pessoal, com fortes e carregadas pinceladas aliadas a cores
vibrantes que, ilustram com maestria os momentos bíblicos e suas dúvidas.

Seus trabalhos são catalogados por séries, todas elas focadas na religiosidade em todos os aspectos
e em todos os momentos, com títulos que sempre nos surpreendem, tais como Bento Santo, Santa
Ceia Cálice de Luz, Santa Ceia Traição de Judas, Consolador e outros mais, sempre focado nos
questionamentos sobre a religiosidade, deixando as resposta aos que admiram sua obra, em
imagens que por si só transmitem suas duvidas, sua busca. Mas Luiz sempre surpreende
com suas telas, tal como podemos notar na série que ilustra a publicação, a intitulada
Anjos, a mais recente coleção,  na qual revela seres divinos que ajudam a eterna
busca humana por um sentido divino da vida. Externa seu pensamento sobre
sua obra assim: "Minha obra tem intuito de provocar, de fazer o visitante
questionar e refletir a vida. E eu acho que Arte tem de ter esse papel,

senão, ela deixa de ter sentido”. Promete muitas mais novidades.

Continuando sob sua perspectiva de nos surpreender a cada ano, desde o ano de 2012 que, por uma
ideia de seu fotógrafo oficial,  André Diaz,  foram colocados rapazes vestidos de anjos em volta do
Artista como à inspirá-lo em seus trabalhos. O resultado foi excelente em termos de divulgação
da obra e do autor, e "anjos" agora são a marca tradicional de seus afazeres. Agora em 2016,
foi realizado o quinto concurso para a eleição do "anjo" para o biênio 2016/2017,  que tem
já um vencedor, o  "Anjo Higor Vasconcelos", natural de Goiás. Embora isso não reflita
de uma maneira específica em seus trabalhos,  a eleição do modelo Higor, o "anjo
inspirador",  faz com que a a marca  "Luiz Bhittencourt"  e sua obra, tenha um
resultado positivo  em termos de  visualização  de sua imagem e produtos.
A nova série na qual Luiz está trabalhando, "Santas Ceias", promete o
uso de novas técnicas e novos materiais para a pintura. Aguardem.

carlos miranda (betomelodia) 



anjos com cálice de fogo
fé pela cruz

anjo rosa com vaso azul

anjos da paz e da guerra

anjos da colheita



anjos da purificação

anjos do apocalipse
anjos guardiões do cálice

anjos da luz
anjos do banhado

anjo, maçã e vaso azul


a última colheita dos anjos
fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google
( tamanho das telas adaptados à diagramação )

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Caetano Veloso, Ivete Sangalo e Gilberto Gil: Tigresa

caetano veloso e ivete sangalo

Na publicação de hoje, uma dupla que já esteve em meu blog algumas vezes, pois não há como fazer
apenas uma publicação com eles, pois são compositores e intérpretes aclamados por todo o Brasil
e pelo mundão de Deus afora.  E hoje vão cantar em duo, uma composição de 1977,  que é um
clássico da  Música Brasileira:  Caetano Veloso  e  Ivete Sangalo,  interpretando "Tigresa".

Caetano Veloso. Não há muito mais que eu possa escrever que já não seja do conhecimento de todo
o grande público que aprecia suas composições e interpretações. Mas só para relembrar  o que o
fez optar pela Música, foi quando aos dezesseis anos ouviu no rádio "Chega de Saudade", na
voz de Maysa Gata Mansa, cantora carioca de bela e suave voz. Foi também quando ficou
conhecendo o disco com a interpretação da mesma canção na voz de João Gilberto, e
segundo ele, "o marco mais nítido que uma canção já me deixou na vida". Vamos lá.

Ivete Sangalo. O mesmo acontece com ela. Falar o quê, além de mais uma vez enaltecer o talento e o
carisma que ela possui, ora. Ivete seguia um caminho bem diverso da Música mas, foi ao trabalhar
como backing vocal do cantor baiano Lui Muritiba que, "aquela coceirinha" que o palco causa
na maioria dos que o pisam, ganhou peso  ao estrear sua carreira musical em barsinhos, o
que aconteceu pelas mãos de sua irmã Mônica que já atuava na noite em 1992. E assim
de bar em bar,  de show em show que Ivete foi firmando-se na carreira artística até
que em 1983 assume o comando da Banda Eva.  Agora, sobre a Música de hoje.

Tigresa. É fato que todas as composições de sucesso, declarada ou subjetivamente tem como tema a
mulher, a mulher em todas as suas facetas,  seus enigmas, liberdade, inocência, poder, beleza e o
amor. A Música tema de hoje teve sua inspiração em uma misteriosa mulher.  Foi na época das
discotecas, em uma bem famosa no Rio de Janeiro que Caetano a viu. Sua altivez, e a cor
de sua pele,  suas unhas brilhando na penumbra, que chamaram seu olhar em primeiro
lugar. Foi segundo ele afirmou em uma entrevista: "Mas terminei descobrindo os
olhos cor de melão da Sônia Braga, embora não deixem de ter um parentesco
com os cabelos da menina Maribel. Mas Bethânia e Gal já estavam lá. E a
Norma Bengell, Clarice, Claudinha, Helena Inês, Maria Ester, Silvinha
Hippy, Marina, e outras meninas. Por fim a Tigresa sou eu mesmo
".
Mas, o nome da  "musa inspiradora",  a primeira, é  Zezé Motta.

carlos miranda (betomelodia) 



Uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel
Uma mulher uma beleza que me aconteceu
Esfregando a pele de ouro marrom do seu corpo contra o meu
Me falou que o mal é bom e o bem cruel

Enquanto os pelos dessa deusa tremem ao vento ateu
Ela me conta sem certeza tudo que viveu
Que gostava de política em mil novecentos e sessenta e seis
E hoje dança no Frenetic Dancing Days

Ela me conta que era atriz e trabalhou no Hair
Com alguns homens foi feliz com outros foi mulher
Que tem muito ódio no coração que tem dado muito amor
E espalhado muito prazer e muita dor

Mas ela ao mesmo tempo diz que tudo vai mudar
Porque ela vai ser o que quis inventando um lugar
Onde a gente e a natureza feliz vivam sempre em comunhão
E a tigresa possa mais do que um leão

As garras da felina me marcaram o coração
Mas as besteiras de menina que ela disse não
E eu corri para o violão num lamento e a manhã nasceu azul
Como é bom poder tocar um instrumento


caetano veloso


fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

terça-feira, 12 de abril de 2016

Diogo Nogueira e Hamilton de Holanda: Lente de Contato

diogo nogueira e hamilton de holanda

A publicação de hoje sobre a Música Brasileira, nos traz dois grandes Artistas do Universo Musical do
Brasil: Diogo Nogueira e Hamilton de Holanda, com a composição Lente de Contato, um Samba que
tem como autores Zeca Pagodinho, Wanderson e Jorge Simas. Agora, um pouco sobre esta dupla.

Os Intérpretes

Diogo Nogueira.  Carioca, nascido no Rio de Janeiro em 26 de abril de 1981, compositor, cantor e
apresentador do programa "Samba na Gamboa" em uma emissora de TV, vem de uma linhagem que
na Música é tida como nobre, pois é filho do grande sambista  João Nogueira que morreu no dia cinco
5 de junho de 2000, aos 58 anos. Durante sua infância frequentou as Rodas de Samba junto ao pai e
mais tarde iniciou a carreira de jogador de futebol atendendo a vontade dele mas, depois de uma
lesão no joelho voltou-se para o  Samba formando sua banda. Mais tarde,  João lançou o álbum
"Diogo Nogueira ao Vivo", dando início a sua carreira solo com algumas composições suas e
também de seu pai. E hoje Diogo é um Artilheiro, não do futebol mas,  do Samba Brasileiro.

Hamilton de Holanda. Também carioca, nascido no Rio de Janeiro em 30 de março de 1976,
é compositor e bandolinista brasileiro que iniciou na Música aos cinco anos e um ano depois,
já apresentava-se nos palcos.  Sua evidência no cenário musical aqui no Brasil deu-se em 1995,
ao ser considerado o melhor intérprete no II Festival de Choro do Rio de Janeiro, mas além disso
o que considero sensacional e lhe trouxe o título de "Jimmy Hendrix do Bandolim", foi o fato de ele
ter adicionado duas cordas extras no bandolim, reinventando o instrumento, então com dez cordas, o
que lhe rendeu o título acima pela imprensa dos Estados Unidos. Sua primeira referência musical é
o Choro  mas atualmente se é  Samba, jazz, rock, pop, e  o ritmo ou estilo que for,  já não é mais o
que importa pois o acréscimo de cordas,  a velocidade de improvisos e solos agrada e inspira a
nova geração de músicos. Assistam ao vídeo escolhido para ilustrar a publicação e confiram.

carlos miranda (betomelodia) 


Não faz bem me enganar nem forjar um brilho em seu olhar
Clarear assim uma paixão falsa luz na minha escuridão
Se depois vem o sol descortinar tua má intenção

Muito além desse mar segue o barco do meu coração
Navegante de mil temporais marinheiro improvisando um cais
Ninguém mais pode afirmar se é verde ou azul o mar do teu olhar

Depois que o pranto rolar e a tempestade passar
Ao sabor do vento ficarei então
Pois já ê tempo de cuidar da embarcação
Uma nova estrela outra direção e esse brilho seguirei ou não 


zeca pagodinho / jorge simas / wanderson


fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sábado, 9 de abril de 2016

Victor Hugo Porto e Sua Homenagem às Mulheres

sem título disponível

Victor Hugo Porto

Ele rende homenagem às mulheres em belas pinturas, em cores fortes e harmoniosas.  Essa temática
é a marca registrada do Artista que as retrata em várias formas e momentos, gordas, pensativas,
submissas, independentes, gostosas em seus corpos seminus, heróicas, fortes ou frágeis,
chantagistas, mulheres com olhos de lince ou de profundo olhares, mulheres enfim.

Victor nasceu em Caxias do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 19 de Outubro de 1954. Pelo
desenho apaixonado desde a mais tenra idade,  aos treze anos de idade começou a trabalhar, e
dai em diante começou a pesquisar sobre as Artes, estudando todos os seus aspectos. Em
sua adolescência, como ouvinte frequentava aulas na Escola de Belas Artes em sua
cidade, onde montou uma agência de propaganda visual.  Aos 20 anos, dedica seu tempo à
pintura artística.  Em anos de trabalho estudou cores e técnicas usando vários materiais como
o carvão, tintas acrílica e óleo, pastel seco e várias técnicas mistas. Cursou Gravura em Veneza, Itália,
na Escola Internacional Gráfica , lá permanecendo por seis meses pintando, e também fazendo
trabalhos em esculturas,  que em sua grande maioria lá permanecem como um belo acervo.

victor hugo porto

Sua Obra

Com seu estilo facilmente reconhecível, as suas telas  possuem o conjunto de  propriedades que são
um claro sentido  idioscópico  da cultura de sua terra natal  nas belas  serras gaúchas.  É notado
uma tendência, leve mas intrínseca para o  cubismo  nas formas apresentadas em sua obra,
mas Victor preenche os fundos de suas telas com traços que, aliados ao tema central
os complementam e nos dão uma perfeita sensação de perspectiva. Bem, isso e
seus expressivos traços faciais, em bocas e olhos, adicionam um sentido de
construção expressiva ao objeto tema, no caso as mulheres,  em todos
os seus aspectos,  sua marca registrada,  como acima mencionei.

carlos miranda (betomelodia) 















meu destaque
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imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google
( tamanho das telas adaptados à diagramação )

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Rosa Keiko e o Aquarelismo

sem título disponível

Rosa Keiko

Em uma pequena cidade, no interior do Estado de São Paulo, ela nasceu no ano de 1950. Lá casou em
1976, mudando para a Cidade do Rio de Janeiro. Mas foi em sua adolescência lá no interior paulista,
que ela teve contato com as Artes, vendo pela primeira vez o trabalho abstracionista de Manabu
Mabe. O desejo de aprender pintura brotou intensamente pela beleza e pelo perfeito jogo de
cores, ora suaves, ora vigorosas, em sua obra. Mas fortes motivos a levaram a adiar o seu
ingresso nas Artes. Mas ao iniciar os estudos em 2001, ela desde então dedica todos os
seus dias à pintura e ao desenho,  em todos os estilos, técnicas e formas da pintura.


rosa keiko

Sua Obra.

Atualmente residindo em Niterói, cidade do Estado do Rio de Janeiro,  Rosa Keiko  além de criar suas
telas dedica-se à ensinar desenho e pintura artística,  no município de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro,
onde morou por muitos anos, atuando também como professora de Arte nos cursos do Animator
Studio, em Niterói.  O interessante em sua obra e em seus ensinamentos, é o ecletismo que
por ela é adotado em seus trabalho, ou seja, sua liberdade de escolha sobre o que julga
ser melhor para expressar-se artisticamente, sem apegar-se a determinado estilo ou
técnica, até mesmo à determinados preconceitos.  O que apreciei, em simpáticas
respostas à minhas perguntas,  é que seus alunos são assim respeitados nas
suas tendências, do clássico ao contemporâneo, do figurativo ao abstrato.

carlos miranda (betomelodia) 















meu destaque
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imagens:arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquiuvo pessoal / google
( telas sem títulos por opção da artista - tamanho das telas adaptados à diagramação )

domingo, 3 de abril de 2016

Caetano Veloso, Reconvexo


Nesta publicação, trago uma composição com muito swing baiano, autoria de Caetano Veloso, lançada
por sua irmã  Maria Bethânia no ano de 1978, no álbum "Maria Bethânia: ao vivo", faixa 21. Com
novo arranjo e muito swing, Caetano dá show de interpretação e prova que a boa Música
é imorredoura. Reconvexo, termo por criado e muito criticado pelos gramaticistas à
época, é uma resposta ao polêmico  Paulo Francis,  jornalista que residia em
Nova Iorque e de lá escrevia textos jornalísticos sempre destrutivos e
virulentos sobre a sociedade brasileira,  os intelectuais, artistas
e políticos (quanto aos políticos hoje dou-lhe plena razão).

Em Roma, queria compor uma Música para Bethânia gravar e estava muito irritado com o jornalista por
suas críticas, os nervos à flor da pele clamavam por uma resposta.  A composição nasceu de um
modo inusitado. Certa manhã em  Roma, e na companhia de dois amigos italianos, ele viu
que os carros estavam cobertos por areia e perguntou o motivo, eles responderam
ser areia do Deserto do Saara trazida pelos ventos. Foi o motivo primeiro da
origem temática da Música, mas o motivo principal da composição foi a
vontade de esnobar Paulo Francis.  E na letra, resposta clara e
evidente aparece ao enaltecer a cultura do Brasil. Vejam.


Para melhor compreensão da letra:


- A matriarca da Roma Negra: nas décadas de XX e XXX do século passado,  Aninha de Afonjá foi uma expressiva Ialorixá do Estado da Bahia, descendente da Nação Grunce, que assim chamava Salvador por ser a metrópole com maior número de negros fora da África;
- Henri Salvador foi compositor, guitarrista e cantor originário da França, que morou na cidade do Rio de Janeiro,  e é considerado um dos precursores da Bossa Nova;
- Olodum, bem conhecido bloco-afro presente no carnaval baiano que agita o Pelourinho e é ponto de turismo, cultura e lazer em Salvador;
- Andy Warhol, famoso pintor e cineasta norte americano, participante do movimento pop-art, e a risada refere-se ao deboche irônico da sociedade moderna;
- Gitá Gogoya, nada mais nada menos que uma alusão à Música Gitá de Raul Seixas e uma alusão à canção folclórica Fruta Gogoya, gravada por Gal Costa;
- Dona Canô nem precisa de explicação, pois é a mãe de Caetano e de Bethânia;
- Joãosinho Beija-Flor, maranhense, baixinho, magro e de língua presa que foi coreógrafo do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e carnavalesco em várias Escolas de Samba do Rio;
- Bobô, um morador de rua de Santo Amaro, muito elegante no vestir e se portar, que a todos deixava admirados por sua elegância, apesar de ser um morador de rua, e agora...
- A cartada final na letra, esnobando, descartando Paulo Francis e sua falta de brasilidade: "Quem não é recôncavo e nem pode ser reconvexo."
Genial. Vamos ao vídeo.

carlos miranda (betomelodia) 


Eu sou a chuva que lança a areia do Saara sobre os automóveis de Roma
Eu sou a sereia que dança a destemida Iara água e folha da Amazônia
Eu sou a sombra da voz da matriarca da Roma Negra
Você não me pega você nem chega a me ver
Meu som te cega careta quem é você
Que não sentiu o suingue de Henri Salvador
Que não seguiu Olodum balançando o Pelô
E que não riu com a risada de Andy Warhol
Que não que não e nem disse que não

Eu sou um preto norte-americano forte com um brinco de ouro na orelha
Eu sou a flor da primeira música a mais velha a mais nova espada e seu corte
Sou o cheiro dos livros desesperados sou Gitá Gogóya
Seu olho me olha mas nem me pode alcançar
Não tenho escolha careta vou descartar
Quem não rezou a novena de Dona Canô
Quem não seguiu o mendigo Joãozinho Beija-Flor
Quem não amou a elegância sutil de Bobô
Quem não é Recôncavo e nem pode ser reconvexo

caetano veloso


fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google