google-site-verification: google8d3ab5b91199ab17.html

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Romanelli e a Volta à Natureza

betomelodia.blogspot.com
vista da urca

Armando Romanelli de Cerqueira. Nascido em 1945 na Cidade Maravilhosa,
pintor impressionista dos mais consagrados, teve seu início nas Artes
na Escola de Belas Artes aos quinze anos, data em que fez sua primeira
pintura em um azulejo utilizando tinta para paredes.

Com lirismo e ímpar elegância, possuidor de um estilo próprio ao utilizar
as cores em suas criações, notando-se a harmonia de suas telas ao retratar
o homem em perfeira integração com a natureza.

armando romanelli

Romanelli sempre inova ao pintar. Apesar de sua declaração de não ter
preferência por determinada cor ele as usa com maestria, na sua maioria
em tons pastéis e em curtas pinceladas, tendo como base o momento
emocional, pois para ele a pintura é trabalho regido pela emoção.

Mostrando a diversidade dos lugares e do povo, Roma, como é
carinhosamente conhecido pelos amigos, revela a grande variedade
da cultura brasileira, a essência do misticismo e a nossa religiosidade,
como nesta pequena mostra podemos conferir.

carlos miranda (betomelodia) 


manguinhos, búzios



angra

madona do algodoal

dom quixote com moinho

procissão

iemanjá

feira de flores

colheita do algodão

barcos
destaco: entardecer
fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

domingo, 5 de janeiro de 2014

Gilberto Gil, Caetano Veloso e Ivete Sangalo: Super Homem, a Canção

betomelodia.blogspot.com

Esta é por mim considerada uma das mais belas linhas melódicas de Gilberto Gil,
em uma perfeita sintonia entre a poesia da letra e as harmonias que dela
fazem parte, assim como Retiros Espirituais e Pai e Mãe,  composições que ele
revela terem sido criadas por ele com a letra e a música escritas ao mesmo tempo.

Ele conta que de passagem pelo Rio de Janeiro, ficou hospedado em casa
de Caetano Veloso, aguardando a hora de embarcar para os Estados
Unidos. Foi dormir por volta de uma da madrugada. Mas logo foi despertado
pela voz entusiasmada de Caetano narrando a cena ao final do filme que
havia ido assistir, Super Homem, O Filme. E conforme ele o descrevia,
Gil a "assistia" , graças ao incrível poder de narrativa nos mínimos
detalhes, de Caetano. Conversaram um pouco e foram dormir.

Mas felizmente, Gil não conseguiu dormir. A narrativa de Caetano fez com
que ficasse gravada em sua mente a cena do herói revertendo a rotação da Terra
por causa da mulher que amava e que havia morrido, voltando o tempo e
assim trazendo-a de volta à vida. Levantou da cama, acendeu a luz, pegou o
violão e começou a compor. Em cerca de uma hora, lá estava a canção.
Na manhã seguinte, cantou-a para Caetano que a classificou: "Linda!".

caetano veloso, ivete sangalo e gilberto gil

Fez parte de meu repertório, lógico. O interessante é que alguns de meus
amigos ouvintes perguntavam-me o que queria dizer "minha porção mulher".
Em resposta, após algumas pesquisas, abaixo as palavras do autor:

" Muita gente confundia essa música como apologia ao homossexualismo,
e ela é o contrário. O que ela tem, de certa forma, é sem dúvida uma insinuação
de androginia, um tema que me interessava muito na ocasião. Me interessava
revelar esse imbricamento entre homem e mulher, o feminino como
complementação do masculino e vice-versa, masculino e feminino como
duas qualidades essenciais ao ser humano. Eu tinha feito Pai e Mãe antes,
já abordara a questão, mais explicitamente da posição de ver o filho como o
resultado do pai e da mãe. Em Super Homem - a Canção, a ideia central é
de que pai é mãe, ou seja, todo homem é mulher e toda mulher é homem."

gilberto gil

A seguir, um trio de ótimos representantes de nossa Música, Gilberto Gil,
Caetano Veloso e Ivete Sangalo, em uma bela interpretação desta
criação de Gil, Super Homem, a Canção.

carlos miranda (betomelodia) 

( vídeo em 360p )
Um dia
Vivi a ilusão de que ser homem bastaria
Que o mundo masculino tudo me daria
Do que eu quisesse ter

Que nada
Minha porção mulher que até então se resguardara
É a porção melhor que trago em mim agora
É que me faz viver

Quem dera
Pudesse todo homem compreender oh mãe quem dera
Ser o verão o apogeu da primavera
E só por ela ser

Quem sabe
O Super Homem venha nos restituir a glória
Mudando como um deus o curso da história
Por causa da mulher

gilberto gil


fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Ednardo, Terral

betomelodia.blogspot.com

A postagem de hoje é sobre um talentoso Músico lá do Nordeste.
Ele foi um dos que iniciaram carreira musical na década de setenta, época
em que outros nomes da Música Popular Brasileira tais como Belchior,
Amelinha e Fagner, também despontaram.

Nascido em São Benedito, Ceará, no ano de 1945, foi na capital do estado,
Fortaleza, que iniciou sua trajetória musical vencendo seu primeiro festival,
o "Nordestino da Música Brasileira". Foi então que passou a ter projeção,
a ter maior repercussão no cenário musical cearense, sendo por suas
composições reconhecido nacional e internacionalmente. Seu nome é
José Ednardo Soares Costa Sousa, ou como é conhecido, Ednardo.

ednardo

Com grande contribuição para a promoção da cultura musical e artística
do Ceará, teve vários parceiros em suas obras além de atuações em teatro
e cinema. Uma de suas composições, "Pavão Mysterioso", foi tema de
uma novela em 1976, tendo hoje mais de 50 regravações no Brasil,
Europa, Japão, Israel e Américas do Sul, Central e do Norte.

O vídeo que apresento, traz Ednardo cantando um de seus grandes
sucessos, "Terral", tendo sido produzido em Jericoacoara, um
paraíso localizado no Ceará, seu estado natal.


carlos miranda (betomelodia) 


Eu venho das dunas brancas onde eu queria ficar
Deitando os olhos cansados por onde a vida alcançar
Meu céu é pleno de paz sem chaminés ou fumaça
No peito enganos mil na Terra é pleno abril

Eu tenho a mão que aperreia eu tenho o sol e areia
Sou da América sul da América South America
Eu sou a nata do lixo eu sou o luxo da aldeia eu sou do Ceará

Aldeia Aldeota estou batendo na porta prá lhe aperriá
Pra lhe 'aperriá' pra lhe 'aperriá'
Sou a nata do lixo eu sou o luxo da aldeia eu sou do Ceará
A Praia do Futuro o farol velho e o novo os olhos do mar
São os olhos do mar são os olhos do mar
O velho que apagado o novo que espantado vento a vida espalhou
Luzindo na madrugada braços corpos suados na praia fazendo amor

ednardo 

fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Djavan, Lambada de Serpente


Uma composição do poeta e compositor Cacaso, nascido lá em Uberaba,
uma interiorana cidade das Minas Gerais, onde outrora escravos eram
recrutados para o trabalho nas plantações das grandes fazendas da época.

Musicada por Djavan, ela narra em belas metáforas os sonhares, o trabalho
escravo, saudades da terra natal e o desejo de livrarem-se da tirania em
que viviam.  A "lambada de serpente" é o açoite e o "grão de pé de guerra,
pra colher dente por dente", o desejo de vingança contra os que os
obrigam a trabalhar de sol à sol em condições desumanas.

d j a v a n 

Esta Música traz-me uma vívida e grata recordação.
Certa noite em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, a bela capital do Estado
onde residi por 28 anos, estando eu no palco e tendo terminado uma
interpretação de "Oceano", de Djavan, minha filha caçula, Talita, subiu ao
palco pedindo-me para usar o microfone. Surpreso o cedi. Para meu
meu espanto ela virou-se pedindo aos meus Músicos: "Lambada de Serpente,
Dó+
". Cantou perfeitamente. Foi muito aplaudida. Orgulho meu.


t a l i t a 

Hoje, seu aniversário, dedico à ti minha filha esta postagem.
Felicidades e que seus sonhos se concretizem.


carlos miranda (betomelodia) 

"Cuidá dum" pé de milho
Que demora na semente
Meu pai disse meu filho
Noite fria tempo quente

Lambada de serpente
A traição me enfeitiçou
Quem tem amor ausente
Já viveu a minha dor

No chão da minha terra
Um lamento de corrente
Um grão de pé de guerra
Pra colher dente por dente

Lambada de serpente
A traição me enfeitiçou
Quem tem amor ausente
Já viveu a minha dor

cacaso / djavan

fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Virgílio Dias e o Amor ao Rio de Janeiro

betomelodia.blogspot.com
lagoa rodrigo de freitas

Era uma vez um Artista Plástico carioca que, embora nascido no ano de
1973, começou a pintar um ano depois e que tem a Arte como ponto de
maior importância em sua vida.

Vou explicar. O nome do autor desta grande façanha é Virgílio Dias,
nascido em Rio de Janeiro no ano de 1956, que após sofrer um grave
acidente de trem em que perdeu seu braço direito, aprendeu a usar
o esquerdo, dedicando-se inteiramente à Arte.

virgílio dias

Um carioca apaixonado pelo centro do Rio, com suas antigas ruas e os
velhos casarões que ao tempo sobreviveram, um cenário perfeito que
com as pessoas que por lá passam, dão vida ao cotidiano da cidade e
que são os temas preferidos em suas obras. Ele é capaz de pintar
ao ar livre não importando se sob forte sol ou chuva.

Considerado pela crítica como um dos mais importantes e talentosos
Impressionistas da atualidade na América Latina, Virgílio Dias
partiu para o mundo pintando o seu caminhar trilhado, com enorme
talento e maestria, sempre com seu grande ateliê, a rua, os lugares
onde no momento de suas criações ele está.

A seguir, uma pequena mostra de suas telas retratando a cidade
que é sua paixão, o Rio de Janeiro

carlos miranda (betomelodia) 


cinelândia
bar amarelinho

praça xv, chafariz
relógio da glória

largo santa rita
leblon, fim de tarde
leme

praia da urca
praia vermelha

praia de botafogo
destaco: teatro municipal
fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

domingo, 29 de dezembro de 2013

Caetano Veloso, Língua

betomelodia.blogspot.com
camões, willian blake

Em muitas suas composições, Caetano Veloso sempre nos traz uma
crítica em defesa da cultura brasileira, valorizando suas diversas
facetas, seja no idioma pátrio ou nos costumes de nosso miscigenado
povo tais como a música, poesia, literatura ou seja, artes e costumes
regionais, lembrando-nos que tudo isso foi absorvido das várias
etnias formadoras de nossa população, criando nosso próprio
conceito cultural. Um celeiro mundial de tradições.

caetano veloso

No vídeo que ilustra esta postagem, Caetano enfatiza os valores
étnicos e culturais do Brasil com muita brasilidade, enfocando a língua
portuguesa como um marco dentro de nossa Nação e também, como
crítica aos que gostam de acrescentar modismos estrangeiros à
gramática já tão diferenciada de nossa língua Pátria. Eis como
ele descreve seu patriotismo:

"Pátria não, Mátria! ... Mátria? Sim, mas também Fátria!"

Uma perfeita alusão à letra do Hino Nacional Brasileiro que, em
duas de suas estrofes cita: "Dos filhos deste solo és mãe gentil...",
a Mátria todos nós e, "Se o penhor dessa igualdade...", a Fátria,
a fraternidade de nossos irmãos brasileiros. 

carlos miranda (betomelodia) 

( vídeo em 360p )
Gosta de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias que encurtem dores
E furtem cores como camaleões

Gosto do Pessoa na pessoa da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior
E deixe os Portugais morrerem à míngua
"Minha pátria é minha língua" fala Mangueira fala

Flor do Lácio sambódromo 'lusaméric'a latim em pó
O que quer o que pode esta língua

Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas
E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas cadê sejamos imperialistas cadê

Vamos na velô da dicção choo-choo de Carmem Miranda
E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate
E xeque-mate explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homem
Lobo do lobo do lobo do homem
Adoro nomes nomes em ã de coisas como rã e ímã
Ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã nomes de nomes
Como Scarlet Moon de Chevalier Glauco Mattoso
e Arrigo Barnabé e Maria da Fé e Arrigo Barnabé

Flor do Lácio sambódromo lusamérica latim em pó
O que quer o que pode esta língua

Incrível é melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Se você tem uma ideia Incrível é melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Blitz quer dizer corisco Hollywood quer dizer Azevedo
E o Recôncavo e o Recôncavo e o Recôncavo meu medo
A língua é minha Pátria e eu não tenho Pátria
tenho Mátria e quero Fátria

Poesia concreta prosa caótica ótica futura
Samba-rap chic-left com banana
( Será que ele está no Pão de Açúcar - Tá 'craude brô' - Você e tu -
Lhe amo - 'Qu'é qu'eu' te faço nego - Bate ligeiro - 'Arigatô arigatô' )
Nós 'cantofalamos' como quem inveja negros
Que sofrem horrores no gueto do Harlem
Livros discos vídeos à mancheia
E deixa que digam que pensem que falem

caetano veloso

fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Emílio Santiago, Verdade Chinesa

emílio santiago, um dos maiores intérpretes da música popular brasileira

Emílio Vitalino Santiago. Nascido no ano de 1946, na cidade
de Rio de Janeiro. Como intérprete foi, desculpem-me, é e sempre será
reconhecidamente único por seus arranjos e por suas interpretações,
meu Mestre nos arranjos por mim feitos quando nos palcos eu atuava.
Partiu, juntando-se ao "time lá de cima", deixando à todos muitas
saudades de seu carisma, seu sorriso, ficando uma enorme lacuna na
Música Popular Brasileira.

 "Queria ser diplomata quando soube que o Brasil
não tinha um diplomata negro."


Emílio na década de setenta, cursava  a Faculdade Nacional de Direito, mas
no decorrer do curso soube da inexistência de negros no Itamaraty, decidindo
então que seria um diplomata. Não tinha intenção de tornar-se cantor apesar
de ter vencido seu primeiro concurso no Festival de Música da faculdade
e sucessivos concursos em que inscrevia-se. A música já falava alto
na vida dele mas, à pedido do pai, formou-se em Direito.

Cantando, Emílio ganhou o mundo. Em suas turnês ficou conhecido pelo
apelido de "Nat King Cole do Brasil", segundo o texto do jornal americano
The New York Times, sobre suas apresentações pelos Estados Unidos:

"A suavidade de interpretação foi incorporada por Santiago.
Sua voz é mais rica e mais profunda que a de Cole.
O senhor Santiago é ágil, tem interpretação alegre, é um vigoroso
homem celebrando a abundância da vida, o prazer da beleza
e da intensidade do desejo".

Em 1973 lançou o primeiro compacto, com as canções "Transa de Amor"
e "Saravá ô Nêga", seguido de um LP em 1975 em que as faixas traziam
as canções esquecidas de Ivan Lins, Guilherme de Brito, Jorge Benjor, João
Donato, Nelson Cavaquinho e muitos outros. O sucesso veio em 1988
ao ser lançado o álbum Aquarela Brasileira, o primeiro de um total de sete
volumes sobre a música brasileira. Sucesso que perdura até os dias atuais.

No vídeo abaixo, Emílio Santiago interpreta Verdade Chinesa,
autoria de Gilson e de Carlos Colla. Show. Saudades


carlos miranda (betomelodia) 


 ( vídeo em 360p )
Era só isso que eu queria da vida
Uma cerveja uma ilusão atrevida
Que me dissesse uma verdade chinesa
Com uma intenção de um beijo doce na boca

A tarde cai noite levanta a magia
Quem sabe a gente vai se ver outro dia
Quem sabe o sonho vai ficar na conversa
Quem sabe até a vida pague essa promessa

Muita coisa a gente faz
Seguindo o caminho que o mundo traçou
Seguindo a cartilha que alguém ensinou
Seguindo a receita da vida normal

Mas o que é Vida afinal
Será que é fazer o que o mestre mandou
É comer o pão que o diabo amassou
Perdendo da vida o que tem de melhor

Senta se acomoda à vontade tá em casa
Toma um copo dá um tempo que a tristeza vai passar
Deixa prá amanhã tem muito tempo
O que vale é o sentimento
E o amor que a gente tem no coração

carlos colla / gilso

fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - tecto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google