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quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Chico César: Miaêro e Espumas ao Vento


A publicação de hoje é sobre o 'porquinho', ou ainda, 'cofrinho', ou melhor: sobre 'miaeiro, aquele
lugar que escolhemos para guardar moedas, para juntar dinheiro, assim conhecido lá pelo sertão
paraibano. E esse termo e seu significado aprendi com um icônico personagem nascido no interior
do Estado da Paraíba, na cidade de Catolé do Rocha: Chico César. Mas não só isso que com ele
aprendi, pois em verso e prosa ele nos ensina sobre a cultura e os sonhares do povo sertanejo.

Chico possui uma vasta gama de habilidades e aqui destaco três: compositor, cantor e também um
grande intérprete. Foi de mudança para a capital do Estado, João Pessoa, ao completar 16 anos e
lá formou-se em Jornalismo, tendo na Universidade participado do grupo 'Jaguaribe Carne' onde
criava suas poesias de vanguarda. Cinco anos depois partiu para a cidade de São Paulo onde
trabalhou como jornalista e revisor de textos, e aí paralelamente, apaixonou-se pelo violão.

E assim foi seu início na Música: um violão, a poesia e a cultura regional,  que levaram-no a ser
convidado em 1991 para uma turnê pela Alemanha que resultando em grande sucesso, o levou a
abandonar o jornalismo e dedicar-se apenas aos Palcos. Apresentando-se nas noites paulistanas
com sua Banda 'Cuscuz Clã', em 1996 tornou-se nacional e internacionalmente conhecido por sua
composição 'Mama África', considerada pela crítica um dos marcos da Música Popular Brasileira.

Experimentações musicais e de linguagem fazem parte de sua obra literária e musical, sempre com
os elementos originários do sertão nordestino, então posso afirmar serem registros culturais do Brasil.

carlos miranda (betomelodia) 


Depois que eu ganhar dinheiro pro meu miaêro vazio
Vou passear no Brasil vê o Rio de Janeiro

Passado o meu mal passadio
Passado esse tempo de estio
Eu quero brincar no terreiro

Eu vou comprar uma sandália daquela de brasileiro
Chinela que no chão pisa e faz um chiado maneiro
Também quero uma camisa que é feita de brisa
E te deixa desnudo o tempo inteiro

Miaêro oh oh miaêro miaêro oh oh oh miaêro
Miaêro oh oh miaêro miaêro oh oh oh oh miaêro

chico césar



Sei que aí dentro ainda mora um pedacinho de mim
Um grande amor não se acaba assim
Feito espumas ao vento não é coisa de momento
Raiva passageira mania que dá e passa feito brincadeira
O amor deixa marcas que não dá pra apagar

Sei que errei e 'tô' aqui pra te pedir perdão
Cabeça doida coração na mão desejo pegando fogo
Sem saber direito aonde ir e o que fazer
Eu não encontro uma palavra só pra te dizer
Mas se eu fosse você eu voltava pra mim de novo

E de uma coisa fique certa amor a porta vai tá sempre aberta amor
O meu olhar vai dar uma festa na hora que você chegar

accioly neto



fontes
imagem(s) e vídeo(s): arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

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