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segunda-feira, 1 de maio de 2017

Garcia Bento, um Mestre nas Marinhas

luar


O Artista: Antônio Garcia Bento

Nascido em Campos dos Goytacazes, antigo Estado do Rio de Janeiro no ano de 1897, e que veio a
falecer na cidade do Rio de Janeiro, a capital da República do Brasil em 1929. Era Desenhista e
pintor, considerado  como um dos melhores 'marinhistas' do Brasil, que tendo vindo de uma
família muito pobre, seus estudos não foram além do primário,  pois teve que trabalhar
ainda na infância para ajudar no sustento da família. Foi funcionário da Estrada de
Ferro Central do Brasil, e desenhista na firma Haust e Cia. mas, ao completar
19 anos em 1916 ingressou em um curso livre de pintura, a "Colmeia dos
Pintores do Brasil", onde as aulas  eram aos domingos. Seu imenso
talento e  forte determinação fizeram com que no ano seguinte
ele desse início ao envio de suas telas ao "Salão Nacional
de Belas Artes",  tendo recebido  vários prêmios  até
chegar ao mais cobiçado pelos Artistas: a viagem
à Europa aos 28 anos. Sua tela premiada foi
"Saveiros", de 1925, abaixo destacada.


saveiros, 1925 - prêmio: viagem à europa, 2 anos

Sua Obra: técnica em óleo espatulado

Embora seus trabalhos constem em muitos catálogos,  não foi possível obter uma fotografia ou um
autorretrato sobre o Artista, motivo pelo qual destaquei sua tela premiada em seu lugar.  Sobre
seus trabalhos, creio que por causa dos poucos recursos financeiros ele tenha optado pela
espátula, devido aos pincéis serem importados e caros na época, motivo que talvez o
levado a praticar   pintura com espátula, uma difícil e rara técnica  na época, e que
com ela conseguiu intuitivamente tirar grande proveito. Com delicada poesia
e espontânea autenticidade, é autor de algumas das melhores paisagens
e marinhas de nosso rol de pintores impressionistas, até dias atuais.

carlos miranda (betomelodia) 



pesca em alto mar

veleiro

marinha
pescadores

morro dois irmãos - visto da lagoa



porto de valença, 1927

marinha

praia de pescadores - baía de guanabara

barcos
marinha

paquetá








destaco: armando as redes
fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google
( tamanho das telas adaptados à diagramação )

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Arnaldo Antunes, Debaixo D'Água



De volta ao Blog,  Arnaldo Antunes,  que foi destaque em 03 de fevereiro de 2016,  interpretando em sua
casa, sim, em casa, sua composição em parceria com Ortinho,  "A Casa é Sua".  Arnaldo é em minha
minha modesta opinião, um gênio com as palavras, e é esse o motivo de minha admiração por
por sua obra,  que vem desde a época em que foi um dos  integrantes da banda "Titãs".

Artisticamente inventando,  reinventado,  brincando com palavras e frases,  assumindo
e expressando em suas performances o seu lado poético,  exercendo domínio de palco e de
público, o sucesso e fama fazem parte de sua vida e sua obra, intensa, e tem seu nome nas muitas
facetas nas  Artes  tais como,  Música, Literatura, Cinema, Televisão,  e Artes Visuais.  E agora ao vídeo.


carlos miranda (betomelodia) 


Debaixo d'água tudo era mais bonito mais azul mais colorido só faltava respirar
Mas tinha que respirar
Debaixo d'água se formando como um feto sereno confortável amado completo
Sem chão sem teto sem contato com o ar
Mas tinha que respirar todo dia
Todo dia todo dia todo dia todo dia todo dia

Debaixo d'água por enquanto sem sorriso sem pranto
Sem lamento sem saber o quanto esse momento poderia durar
Mas tinha que respirar
Debaixo d'água ficaria para sempre ficaria contente longe de toda gente para sempre no fundo do mar
Mas tinha que respirar todo dia
Todo dia todo dia todo dia todo dia todo dia

Debaixo d'água protegido salvo fora de perigo aliviado sem perdão e sem pecado
Sem fome sem frio sem medo sem vontade de voltar
Mas tinha que respirar
Debaixo d'água tudo era mais bonito mais azul mais colorido só faltava respirar
Tinha que respirar todo dia
Todo dia todo dia todo dia todo dia todo dia todo dia


arnaldo antunes


fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

terça-feira, 25 de abril de 2017

Casuarina, Certidão



E ei-los de volta ao Blog: Quinteto Casuarina. E o destaque de hoje foca uma pequena mostra da obra
autoral do grupo, com uma a composição de João Cavalcanti,  voz e 'tan tan', em parceria com, João
Fernando, vocais e bandolim, intitulada Certidão, Na publicação anterior, o Quinteto revelou a
a composição de  Martinho da Vila  em nova roupagem,  Disritmia, mas sobre o destaque de
hoje, Certidão não é apenas uma composição autoral, pois ela prova que o grupo tem
sua própria identidade e maestria em sua Arte. Curtam agora o sucesso do grupo.

carlos miranda (betomelodia) 


Certidão é papel que não preciso não pois o samba que hoje canto
É íntimo e tem razão de ser as palavras não são sem querer
Eu já sei secar meu pranto com a força do meu bordão

Autêntica inspiração  de quem só vê beleza
O samba é universal razão primordial do som
Ninguém detém o dom e digo com certeza
É público tal e qual o nosso carnaval

Mas vem desata a criar também que a nossa natureza
Precisa brincar de Deus pra ver que é dos seus

Já vou o Mestre me endossou com toda gentileza
De quem tem no coração amor que não precisa...


joão fernado / joão cavalcanti


fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sábado, 22 de abril de 2017

Alexandre Pires, Pérola Negra



No dia 16 deste mês, o destaque na publicação foi para  Alexandre Pires  interpretando o Samba de
autoria de Martinho da Vila,  "Café com Leite",  em ótimo dueto com o autor num telão ao fundo.
O vídeo, o arranjo e a interpretação de Alexandre, revelaram a nova faceta  do músico e o
seu mais recente trabalho, o DNA Musical,  apresentado ao público em Porto Alegre, a
capital do Estado em que resido, nesta semana. Nesta postagem mais uma vez eu
o trago ao Blog,  agora em um ótimo arranjo e interpretação, para um clássico
antológico de nossa Música:  "Pérola Negra",  composição de Luiz Melodia
cuja letra nos revela os versos de um  rapaz de 22 anos, negro,  lá do
Morro de São Carlos,  no Estácio,  bairro da Zona Norte do Rio de
Janeiro, que na década de 1920 deu à luz o Samba.  O que nós
vamos ouvir? Uma poética crônica sobre o amor, de 1973.

carlos miranda (betomelodia) 


Tente passar pelo que estou passando
Tente apagar este teu novo engano
Tente me amar pois estou de amando
Baby te amo nem sei se te amo

Tente usar a roupa que eu estou usando
Tente esquecer em que ano estamos
Arranje algum sangue escreva num pano
Pérola Negra te amo te amo

Rasgue a camisa enxugue meu pranto
Como prova de amor mostre teu novo canto
Escreva num quadro em palavras gigantes
Pérola Negra te amo te amo

Tente entender tudo mais sobre o sexo
Peça meu livro querendo eu te empresto
Se intere da coisa sem haver engano
Baby te amo nem sei se te amo


luis melodia


fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

domingo, 16 de abril de 2017

Alexandre Pires e Martinho da Vila: Café com Leite

alexandre pires, em duo virtual com martinho da vila


Foi assim que tudo começou. O ano era 1989, quando ele e seu irmão Fernando convidaram o primo
Juliano a fazer parte do grupo de pagode que pretendiam criar. Aí reuniram mais alguns amigos
da cidade de Uberlândia, Estado de Minas Gerais, e começaram a montar o repertório para
os ensaios. O nome escolhido para e banda foi "Só Pra Contrariar", uma homenagem
ao grupo  "Fundo de Quintal"  e seu grande sucesso, o samba Só pra Contrariar.
Seu nome? Alexandre Pires do Nascimento, nascido em Uberlândia, Estado
de Minas Gerais, em oito de Janeiro de 1976.  Instrumentista, cantor e
compositor, filho de músicos, é tido como um dos maiores senão
o maior intérprete da América Latina por seu enorme talento.

Lançaram o  primeiro álbum em 1993,  e depois de gravar o
sétimo disco com o SPC,  Alexandre  seguiu para a carreira solo.
Mas, como não conseguia acompanhar os compromissos com a banda,
deixou o grupo no ano de 2002  depois de uma apresentação em Nova York
para mais de 14 mil pessoas.  No ano seguinte,  comemoração da Independência
Hispânica nos Estados Unidos,  cantou "Garota de Ipanema" para o então presidente
George W. Bush, que o convidou para o evento, tornando-se mundialmente conhecido. Eu
escolhi para ilustrar a publicação, um vídeo que revela seu projeto para uma mudança de estilo
no cenário musical, projeto que tem por nome  DNA Musical, regravando grandes sucessos da MPB.

Assim vamos apreciar o vídeo com a  Música  de autoria de  Martinho da Vila e Zé Catimba,  cujo título é
"Café com Leite"

carlos miranda (betomelodia) 


Se encontraram e se cruzaram nosso olhar e nosso jeito
As salivas misturadas num sabor mais que perfeito
Nossos corpos se entregando como boca no sorvete
Estamos bem misturados tal e qual café com leite

Café com leite somos nós café com leite
Café com leite é de Deus café com leite

Vem da teta e vem do grão somos nós café com leite
Vem do balde e do pilão somos nós café com leite
Com biscoito ou com pão vou tomar café com leite
Dessa miscigenação só vai dar café com leite

"A" em pó ou condensado bem gordinho ou desnatado
Com expresso ou com solúvel carioca bem coado
Vou levar pra quem me ama de bandeja lá na cama


martinho da vila / zé catimba


fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Paulo Ricardo, Alvorada Voraz

paulo ricardo - um dos criadores da banda rpm


Foi na cidade de São Paulo, capital do Estado, que em 1980 Paulo Ricardo conheceu Luís Schiavon.
Luís morava em frente a casa de Paulo, que resolveu visita-lo quando acontecia um ensaio e
uma dúvida pairava no ar: se a letra seria em inglês ou português. Ao ser pedida a sua
opinião, Paulo deu seu voto pela letra em português,  e nasceu a amizade entre
os dois  ao conversarem muito sobre  Música.  Luís, pianista clássico que
estava em busca de um caminho mais popular com dificuldades em
encontrar uma parceria, e Paulo no início de sua carreira de
crítico musical, aceitou o convite para fazer parte da
banda de jazz-rock  "Áurea", que após 3 anos
de ensaio sem apresentações, acabou.

Paulo partiu para a  Europa e escrevia
sobre as novidades musicais, para uma mídia
escrita aqui no Brasil e Luís,  interessou-se por uma
nova tecnologia, a dos sintetizadores.  As opções divergiam
mas não impediram a  criação  de uma banda pelos dois,  no ano de
1983, quando a dupla voltou aos trabalhos em  São Paulo.  Juntos criaram
os primeiros sucessos: "Olhar 43", "A Cruz e a Espada", e a que daria nome para
a banda que ali então nascia: "Revoluções Por Minuto", ficando conhecida como RPM.
No Brasil foi a de maior popularidade nos anos de 1984 a 1987,  tida como a melhor sucedida
na história da Música Brasileira,  vendendo mais de cinco milhões de discos.  Agora, sobre o vídeo.

O vídeo e minha opinião:

Ilustrando a publicação,  escolhi  aquela que foi um grande sucesso nos anos 80:  "Alvorada Voraz".
A letra composta há 31 anos é atualíssima. Lançada em 1986, retrata a marginalidade que nos
incute o medo por sua violência  tornando-nos seus reféns pela impunidade, e o
que creio ser bem mais grave: somos reféns de políticos e empresas que
tem como ideal  a desumana corrupção,  lesando  o povo brasileiro
na educação, saúde,  em tudo mais em que se possa pensar,
em benefício próprio.  E como denuncia a letra, com
nosso consentimento, nosso conformismo. É
uma visão crítica da violência e grande
hipocrisia da vil politicagem atual.

carlos miranda (betomelodia) 


( vídeo em 360p )
Na virada do século alvorada voraz
Nos aguardam exércitos que nos guardam da paz
Que paz !!!

A face do mal um grito de horror
Um fato normal um êxtase de dor
E medo de tudo medo do nada
Medo da vida assim engatilhada

Fardas e força forjam as armações
Farsas e jogos armas de fogo
Um corte exposto em seu rosto amor
E eu nesse mundo assim vendo esse filme passar
Assistindo ao fim vendo meu tempo passar

Apolipticamente como um clip de ação
Um clic seco um revólver aponta em meu coração
O caso Sudan Maluf Lalau Barbalho Sarney
E quem paga o jornal é a propaganda
Porque nesse pais é o dinheiro quem manda

E juram que não corrompem ninguém
Agem assim pro seu próprio bem
São tão legais foras da lei pensam que sabem de tudo
O que eu não sei eu sei

Nesse mundo assim vendo esse filme passar
Assistindo ao fim vendo o meu tempo passar

luis schiavon / paulo pagni / paulo ricardo


fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Renato Teixeira e Sérgio Reis: Eu e Meu Irmão

renato teixeira e sérgio reis


Para o primeiro dia útil dessa semana de abril, destaco a amizade entre irmãos, sejam eles de sangue,
o que penso ser o mais belo tipo de amizade em uma família, ou por afinidade, que é aquela sem
explicação e que nos leva a  "adotar"  um amigo real  ou até virtual,  como irmãos. O vídeo
escolhido para ilustrar a postagem, traz dois grandes ícones da Música Regional do
Brasil: Renato Teixeira e Sérgio Reis,  com Renato interpretando a canção de
sua autoria  "Eu e Meu Irmão",  bela homenagem ao amigo  Sérgio Reis.

carlos miranda (betomelodia) 


Eu e meu irmão desde muito cedo
Aprendemos a gostar de ouvir viola
Era só cantar em dupla era só pensar nas duplas
Era só sim poder cantar no circo

Eu e meu irmão viola e violão
Fomos juntos caminhando nessa estrada
Muita sorte e muito chão muita festa de peão
Muita sorte e a primeira gravação

Hoje a gente canta e faz sucesso
E isso para nós é muito bom
Nós somos uma dupla caipira
Nossa voz vem lá do coração

Eu e meu irmão viola e violão
Fomos juntos caminhando nessa estrada
Muita festa de peão muita história e muito chão
Muita sorte e a primeira gravação

Hoje a gente canta e faz sucesso
E isso para nós é muito bom
Nós somos uma dupla caipira
Nossa voz vem lá do coração


renato teixeira


fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google