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segunda-feira, 17 de junho de 2019

Meus Escritos - Solidão

betomelodia.blogspot.com


" A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta,
que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.
A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,
o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.
O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se,
o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como
uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a
angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras
fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu
duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre. "

vinícius de moraes


..." A tarde. Quente e vazia. Ao fundo, quebrando o silêncio, o ruído do trânsito
em uma avenida próxima. Em seus devaneios o tempo passa rápido e a
sensação de fome volta. É hora de lanchar. Enfim, algo para fazer. "..
.

carlos miranda (betomelodia) 




A mesa. Tampo de mármore branco, com manchas cinza-esverdeadas e as seis
cadeiras à sua volta. O ritual de sempre. A toalha de mesa, base de centenas de
refeições solitárias é estendida, desbotada, limpa, aguardando com passiva
serenidade sobre o frio mármore. Ele não mais gosta de jantares. Trazem
lembranças do passado em família.

Os utensílios. Peças simples, velhas conhecidas. A xícara de chá e o pires de
vidro azul. A colher de chá, as facas e o fatiador de queijo, todos com os já
encardidos cabos plásticos. Descanso de bambu para o bule, para que o calor
não estrague ainda mais a velha toalha.

O fogão. Antigo, mas eficiente em suas funções de ferver a água, cozinhar, fritar,
assar, cozer e também queimar velhos guardanapos e cansadas mãos.
Sobre uma das bocas um também velho e amassado bule de alumínio que,
tal como ele perdeu seus cabelos, perdeu sua tampa. Observando a água no
ponto de fervura, desliga o gás levando o bule à mesa.

O lanche. Pão francês, margarina e um pedaço de muçarela a ser fatiado. Ao
centro da toalha dois vidros: o maior com o açúcar e o menor com o café solúvel.
Começou a usar o café solúvel após derrubar por algumas vezes o porta filtros.
A pele, com a idade fica muito fina, sensível, dolorida

A solidão. Sentado à cabeceira, prepara seu café e começa a comer, calma e
pensativamente. Olha à sua direita e vê as cadeiras vazias, tristes e solitárias.
À sua esquerda, as também solitárias, tristes e vazias cadeiras.  Ao olhar à
sua frente, para a sexta cadeira, vê como se em um espelho fosse, sua vida
passar lentamente, revelando os caminhos, desvios, atalhos e os sonhos que ao
não se concretizarem, condenaram-no à solidão.

A lágrima. Solitária, triste e fria, brota em seu olhar.
Mas ele é forte. Ele não a verte, silenciando-a em sua solidão.

carlos miranda (betomelodia) 



fontes
imagem: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base da pesquisa: arquivo pessoal - meus escritos

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Fernanda Takai, Liz



Fernanda Takai. O que eu, como músico poderia falar sobre ela? Creio que nada acrescentaria, pois
ela já foi destaque aqui em nosso  Blog por diversas vezes desde o ano de 2015 mas, talvez eu
seja redundante no que vou escrever sobre ela  mais uma vez. Doçura em pessoa, voz que
nos leva a sonhar em suas interpretações,  voz afinada, marcante e que nos conduz ao
tema da canção com suave maestria.  Sim, sou fã incondicional dela e provo o que
sobre ela escrevi acima, com o vídeo que ilustra esta publicação. Confiram ok?

carlos miranda (betomelodia) 




Estou só na minha espera
E o pensamento em gesto lento
Doce imagem de um grande amor

Oh Liz oh Liz distante a espera d'um instante chegar
Fim de uma ausência sentida em seu regressar

Oh Liz tudo aqui parado e mudo espera em silêncio
Que você retorne ao seu lugar

Oh Liz oh Liz O tempo parou no momento do adeus
Só eu me arrasto nos sonhos meus oh Liz

Oh Liz oh Liz sem ter você aqui
Nada ficou nada restou de mim oh Liz

Oh Liz oh Liz onde você está
Ouça o meu canto e se apresse em voltar

Oh Liz oh Liz oh Liz

robson / césar de merces



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google


sexta-feira, 7 de junho de 2019

A Arte no Mundo - Portinari - Brasil

retirantes, 1944


Candido Portinari. Após passar por um período na Europa volta ao Brasil com a firme decisão de,
conforme suas palavras, “Vou pintar aquela gente com aquela roupa e com aquela cor.” E
mantendo sua decisão,  sua obra foi focada na temática social retratando em suas
telas as desigualdades de nosso tão sofrido povo, um tema que permanece
atual, enraizado.  Por suas medidas contraditórias e soluções que são
reveladas em suas pinturas, ele se destaca dos demais Artistas.

( para ver a publicação original, clique aqui )

carlos miranda (betomelodia) 


candido portinari, 1903 / 1962
oil on canvas - dimensions 190 cm x 180 cm - sao paulo art museum
sao paulo city - sao paulo state - brazil

fontes
imagem: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

domingo, 2 de junho de 2019

Maria Rita, Coração a Batucar



E a primeira publicação deste mês de Junho de 2019, traz de volta ao Blog quem
considero  das  melhores  intérpretes  do  ritmo  símbolo  deste  nosso Brasil,
Maria Rita.  Marcando presença com domínio do palco e perfeita sincronia
com  excelentes músicos  de sua banda,  interpreta  Coração a Batucar,
composição  de  Alvinho Lancellotti  e  Davi Moraes,  a qual dá título
ao seu quinto álbum lançado em 2014, e também para a sua turnê
detentora  do  Grammy:  Melhor Álbum  de  Samba e Pagode.


( sugiro um belo clássico de nossa MPB: basta clicar AQUI )

carlos miranda (betomelodia) 


Batuque o coração para me ver chegar
Que eu abro meu cordão quando você passar
E o nosso bloco sobe a ladeira da ilusão de pé no chão

Batuque o coração que a gente é carnaval!
E nada irá conter essa folia
Atrás do nosso amor

Até quando esse samba tocar vem marcando em nosso peito
Coração a batucar pra gente ser feliz
Pra gente desfilar por essa vida

alvinho lancellotti / davi moraes



fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

segunda-feira, 27 de maio de 2019

A Arte no Mundo - Di Cavalcanti - Brasil

fishermen series, 1951


Mesmo com influências cubista e surrealista,
foi um dos mais típicos pintores brasileiros por seus
temas populares, incluindo o carnaval carioca, muitas
mulatas sensuais, paisagens suburbanas e também
naturezas-mortas com frutas tropicais.

( para ver a publicação original, clique aqui )

carlos miranda (betomelodia) 


di cavalcanti - 1897 / 1976
oil on canvas - dimensions 114.50 cm x 162.00 cm - contemporary art museum - usp
são paulo city - são paulo state - brazil

fontes
imagem: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Martinália, Onde Anda Você



E ela volta ao blog como destaque nesta postagem: Mart'nália. Seu nome artístico foi criado
por seu pai, que engenhosamente uniu partes de seu nome, Martinho da Vila e de sua
mãe, a cantora Anália Mendonça.  Seu pai revelou que ela desde tenra infância é
sambista, pois o acompanhava às Rodas de Samba de Vila Isabel, o lugar
em que nela brotou a paixão pela Música, pelo Samba.  Lá também
teve o primeiro contato com as cordas do violão e o toque do
pandeiro, além dos passos do  Samba  e então,  cantar.

Nesta postagem  Martinália  presta uma homenagem a
dois grandes nomes de nosso universo musical, Vinícius de
Moraes e Hermano Silva,  interpretando a canção Onde Anda Você,
e se quiser conhecer  mais um de seus cantares,  clique aqui para assistir
com Caetano Veloso, a composição "Pé do meu Samba",  em descontraído duo. 

carlos miranda (betomelodia) 


E por falar em saudade onde anda você
Onde andam seus olhos que a gente não vê
Onde anda esse corpo que me deixou morto de tanto prazer

E por falar em beleza onde anda a canção
Que se ouvia na noite dos bares de então
Onde a gente ficava onde a gente se amava em total solidão

Hoje eu saio na noite vazia numa boemia sem razão de ser.
Na rotina dos bares que apesar dos pesares me trazem você
E por falar em paixão em razão de viver
Você bem que podia me aparecer nesses mesmos lugares
Na noite nos bares onde anda você


vinicius de moraes / hermano silva



fontes
imagm e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Meus Escritos - Ilusões



( trecho de "o verbo no infinito", de vinícius de moraes )





E ali, de olhar perdido na imaginação, olhando para um
longínquo ponto no céu, ele sonha.


Em sua mente, os seus sonhos povoando o universo
são realidades e as realidades do universo, são apenas
sonhos, realizados ou não, nascidos de sua imaginação.

Ele, um entre incontáveis, soberano em seu próprio
universo entre incontáveis universos, é o
supremo sonhador entre bilhões de sonhadores,
aquele que cria e destrói realidades.
Imaginação, sonho, realidade, universo. Caos.

Deus onipotente, Deus onipresente,
aquele que com a força de apenas seu pensamento
faz nascerem e morrerem aspirações.


Então, de um longínquo ponto no céu,
ao olhar para si, sente a angústia
da busca, do desejo de conhecimento e entendimento,
pois apesar da imaginação, sonhos, realidades e
poder do pensamento, não consegue
compreender o sentido de seu próprio universo e
a razão, aos poucos lhe escapa.

Ao escapar a razão, restam ilusões, apenas ilusões
sem sentido, sem lógica, sem propósito definido
em seu universo. Vida inspirada apenas em
meros sonhos, em bilhões de... ilusões.

carlos miranda (betomelodia) 

fontes
imagens: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / meus escritos