Vamos lá. Imagine tu entrando em um apartamento e atônito, te sentes como estar
dentro de uma pintura abstrata, expressionista. Cores e formas diversas
estão presentes em tudo que vês: teto, paredes, chão, móveis, até nos
eletrodomésticos. O apartamento tem como proprietário o autor das
mais belas páginas da Música Brasileira, Oswaldo Montenegro.
Foram quase seis anos de trabalho e querem saber porque?
“ Porque gosto do caos. Porque isso significa o desquite da realidade, da qual
tenho pânico. Porque a vida fora da arte fica insuportável. E é minha única
chance de não ir para o hospício. ” (sic)
Foi degustando uma taça de vinho e fumando uma cigarrilha que ele mostrou o seu
curioso apartamento à uma *revista semanal, com cadeiras, mesa, violão,
cortinas, relógios, espelhos, tudo enfim, banhados por tinta acrílica,
e com naturalidade falou " que não bate bem da cabeça ".
“ Na verdade, eu sou retardado mental. Esse veredicto foi dado por uma junta de
oito psicólogos. Sou considerado incapaz para algumas coisas e superdotado para
outras, mas não tenho a camada intermediária. Não conheço o aprendizado. Eu não
tenho vaidade por ser superdotado e nem complexo por ser retardado. ” (sic)
Como acima mencionei, uma dádiva, pois graças a 'loucura' deste incrível homem,
o Universo Cultural Brasileiro agigantou-se na Música. Quando a entrevista
foi publicada em 23 de Dezembro de 2009, Oswaldo Montenegro já havia
gravado 38 CDs, produzido 15 peças musicais e mais de 40 trilhas
sonoras para TV, balé e como diretor e roteirista de cinema.
A composição escolhida para ilustrar esta postagem tem
por título "Se Puder Sem Medo". Sei que apreciarão.
Deixa em cima desta mesa a foto que eu gostava
Pr'eu pensar que o teu sorriso envelheceu comigo
Deixa eu ter a tua mão mais uma vez na minha
Pra que eu fotografe assim o meu verdadeiro abrigo
Deixa a luz do quarto acesa a porta entreaberta
O lençol amarrotado mesmo que vazio
Deixa a toalha na mesa e a comida pronta
Só na minha voz não mexa eu mesmo silencio
Deixa o coração falar o que eu calei um dia
Deixa a casa sem barulho achando que ainda é cedo
Deixa o nosso amor morrer sem graça e sem poesia
Deixa tudo como está e se puder sem medo
Deixa tudo que lembrar eu finjo que esqueço
Deixa e quando não voltar eu finjo que não importa
Deixa eu ver se me recordo uma frase de efeito
Pra dizer te vendo ir fechando atrás a porta
Deixa o que não for urgente que eu ainda preciso
Deixa o meu olhar doente pousado na mesa
Deixa ali teu endereço qualquer coisa aviso
Deixa o que fingiu levar mas deixou de surpresa
Deixa eu chorar como nunca fui capaz contigo
Deixa eu enfrentar a insônia como gente grande
Deixa ao menos uma vez eu fingir que consigo
Se o adeus demora a dor no coração se expande
Deixa o disco na vitrola pr'eu pensar que é festa
Deixa a gaveta trancada pr'eu não ver tua ausência
Deixa a minha insanidade é tudo que me resta
Deixa eu por à prova toda minha resistência
Deixa eu confessar meu medo do claro e do escuro
Deixa eu contar que era farsa minha voz tranqüila
Deixa pendurada a calça de brim desbotado
Que como esse nosso amor ao menor vento oscila
Deixa eu sonhar que você não tem nenhuma pressa
Deixa um último recado na casa vizinha
Deixa de sofisma e vamos ao que interessa
Deixa a dor que eu lhe causei agora é toda minha
Deixa tudo que eu não disse mas você sabia
Deixa o que você calou e eu tanto precisava
Deixa o que era inexistente eu pensei que havia
Deixa tudo o que eu pedia mas pensei que dava
oswaldo montenegro
Pr'eu pensar que o teu sorriso envelheceu comigo
Deixa eu ter a tua mão mais uma vez na minha
Pra que eu fotografe assim o meu verdadeiro abrigo
Deixa a luz do quarto acesa a porta entreaberta
O lençol amarrotado mesmo que vazio
Deixa a toalha na mesa e a comida pronta
Só na minha voz não mexa eu mesmo silencio
Deixa o coração falar o que eu calei um dia
Deixa a casa sem barulho achando que ainda é cedo
Deixa o nosso amor morrer sem graça e sem poesia
Deixa tudo como está e se puder sem medo
Deixa tudo que lembrar eu finjo que esqueço
Deixa e quando não voltar eu finjo que não importa
Deixa eu ver se me recordo uma frase de efeito
Pra dizer te vendo ir fechando atrás a porta
Deixa o que não for urgente que eu ainda preciso
Deixa o meu olhar doente pousado na mesa
Deixa ali teu endereço qualquer coisa aviso
Deixa o que fingiu levar mas deixou de surpresa
Deixa eu chorar como nunca fui capaz contigo
Deixa eu enfrentar a insônia como gente grande
Deixa ao menos uma vez eu fingir que consigo
Se o adeus demora a dor no coração se expande
Deixa o disco na vitrola pr'eu pensar que é festa
Deixa a gaveta trancada pr'eu não ver tua ausência
Deixa a minha insanidade é tudo que me resta
Deixa eu por à prova toda minha resistência
Deixa eu confessar meu medo do claro e do escuro
Deixa eu contar que era farsa minha voz tranqüila
Deixa pendurada a calça de brim desbotado
Que como esse nosso amor ao menor vento oscila
Deixa eu sonhar que você não tem nenhuma pressa
Deixa um último recado na casa vizinha
Deixa de sofisma e vamos ao que interessa
Deixa a dor que eu lhe causei agora é toda minha
Deixa tudo que eu não disse mas você sabia
Deixa o que você calou e eu tanto precisava
Deixa o que era inexistente eu pensei que havia
Deixa tudo o que eu pedia mas pensei que dava
oswaldo montenegro
fontes
imagem e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google