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segunda-feira, 30 de abril de 2007

Oswaldo Montenegro, Lua e Flor



No bairro Grajaú, cidade de Rio de Janeiro, nasceu
Oswaldo Viveiros Montenegro. Mas embora carioca, foi em Minas Gerais que
ele sentiu-se atraído pela Música pois foi lá que espírito seresteiro
mineiro influenciou toda a vida de Oswaldo.

Aos sete anos, mudou-se para São João Del Rey onde viveu por boa parte
de sua infância. Foi lá que,  à noite, pulava a janela de sua casa
para ir ouvir seu pai em uma roda de amigos, entoando serestas noturnas.
Foi assim que com essa música tão viva e presente em seu dia a dia,
aos oito anos começou a estudar violão. Ensinado por
um dos seresteiros,  compôs sua primeira canção, que tem o
nome do rio que corta a cidade, Lenheiro, e que foi
o ponto de partida para uma carreira de muito sucesso.

Assistam à interpretação de Oswaldo em sua composição
Lua e Flor, acompanhado por músicos excelentes, com um toque
mágico dado por uma instrumentista na flauta transversal.
Sei que vão apreciar.

carlos miranda (betomelodia) 

Eu amava como amava um cantor
De qualquer clichê de cabaré de lua e flor
Eu sonhava como a feia na vitrine
Como carta que se assina em vão

Eu amava como amava um sonhador
Sem saber porque e amava ter no coração
A certeza ventilada de poesia
De que o dia não amanhece não

Eu amava como amava um pescador
Que se encanta mais com a rede que com o mar
Eu amava como jamais poderia
Se soubesse como te encontrar


oswaldo montenegro


fontes
imagens e vídeo: arquivo pessoal - texto: carlos miranda (betomelodia)
base das pesquisas: arquivo pessoal / google


domingo, 29 de abril de 2007

Meus Escritos - Julgamento - Autor Não identificado



O motivo que levou-me a adaptar e publicar esse conto em meu blog, foram cenas do cotidiano que me fazem pensar sobre a natureza humana. Achei um folheto com um conto em minha caixa de correspondência. Li, e após a leitura decidi fazer esta adaptação, pois era de conotação religiosa, o que suprimi. Mas algo está mudando. Gratificante é saber que apesar de nossas fraquezas e falta de civilidade, de humanidade, estamos abrindo nossos olhos para aqueles que nos cercam vivendo em condições precárias, desumanas, incompatíveis com nosso atual estágio de evolução moral. Soluções existem e embora ocultas pelo egoísmo e ganância, vão pouco a pouco saindo de sob a manita da ignorância e da comodidade. Pequenos mas importantes passos estão sendo timidamente dados, para uma longa estrada a ser trilhada por todos nós, a estrada do Amor ao Próximo.

carlos miranda (betomelodia) 

Passavam por mim como se eu não existisse.
Você passou olhando-me com simpatia, talvez buscando o
motivo que me fez vagar pelas ruas,
mas acelerou o passo e desviou o olhar ao notar
que eu ia lhe dirigir a palavra. Desisti de fazê-lo e comecei a
passear pelos seus pensamentos. Será que
você achou que parei de trabalhar, passando
então, por preguiça, sei lá, a mendigar?
Não, não desisti e ainda hoje me cansei muito
procurando trabalho de porta em porta.

A maioria dos que me atenderam, disseram que
ultrapassei a idade de produzir, de trabalhar para
conseguir com dignidade o meu sustento.
Condenaram-me à inutilidade.
Outras, ao me verem mal vestido, ignorando que minhas
melhores roupas vendi para tratar minha mulher doente,
mandavam-me embora com pressa sem sequer ouvir-me ...
Chamaram-me vagabundo...

Fiquei envergonhado ao perceber que você viu o policial
me dirigir as mais duras ofensas e ameaças,
expulsando-me da frente da vitrine como se bandido
eu fosse. Não tive a intenção de roubar. Olhava
os alimentos ali expostos pensando em meus
filhos abraçando-me com fome, quando volto para casa ...
Senti-me incapaz...

Não pude reparar se você viu , ouviu, os gracejos e insultos
que recebi ao me apoiar no poste próximo,
tremendo e chorando humilhado. Todos se afastavam
de mim com nojo, com desprezo e não tive
força nem coragem para falar que não comia há três dias...
Taxaram-me bêbado...

Não senti julgamento em seu olhar. Foi apenas um olhar.
Então eu peço à você apenas o som de sua voz,
sua compreensão. Que você me ajude a reencontrar
minha autoestima, para que assim eu possa honrar com
alegria o dom de viver. Fale comigo sem piedade, sem asco,
para que eu possa sentir que sou seu irmão e
que apesar de todo meu sofrimento, de toda minha
dor, sou ainda um ser humano...

autor não identificado


fontes
imagem: arquivo pessoal - prefácio: carlos miranda (betomelodia)
texto: adaptado por carlos miranda (betomelodia), de "mensagem de um homem triste"
base das pesquisas: arquivo pessoal, meus escritos